Artigo

A vida é uma viagem

Luiz Thadeu Nunes e Silva, Engenheiro agrônomo e viajante, visitou 143 países em todos os continentes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Caro leitor, bom dia. Assim como eu, você deve acordar todas as manhãs, tomar seu café e perguntar, “continuo vivo?”. Então, só nos resta irmos à luta por mais um dia, e enfrentar seus mistérios e desafios.

Viver não é para os fracos, viver é um ato de coragem, de superação, ainda mais neste tempo de Covid-19, com baixas acenderdes e diárias. Estamos chegando a cem mil mortos no Brasil, uma hecatombe.

Não deixa de ser angustiante e macabro abrir os jornais ou ligar nos noticiários das TVs, ser atualizado de hora em hora sobre o número de mortos em nossa cidade, no Brasil, no mundo. O gráfico que aponta para o alto, me deprime, choca, e me deixa perplexo diante da tragédia. Ainda mais, diante de um inimigo invisível, que viaja pelo mundo, não respeitando fronteiras, idade, tipo sanguíneo, escolaridade, coloração política, religião ou sexo.

Se alguém lhe disser que viver é fácil, desconfie. Viver não é fácil, a vida é punk; é preciso ser forte e resiliente para conviver com restrições, vencer obstáculos, decepções, superar resistências, pular precipícios, não se abater com fracassos, não se empolgar e envaidecer com vitórias, pois tudo passa, isso é bíblico.

São coisas que só se aprende com a passagem do tempo; isso, quando se aprende. Viver é uma arte, aprendizado constante; todo dia o mundo ensina algo novo.

Bem-aventurados os que aprenderam a arte do bem viver, e com sabedoria, alegria e serenidade sabem administrar o que têm, seja saúde, beleza, tempo, dinheiro, prestígio, prazeres ou amores.

Felizes os que educaram o olhar para enxergar o belo em meio ao caos.

Viver é uma saga, cada dia com sua agonia, suas surpresas e idiossincrasias.

“A vida é muito curta para acordar todas as manhãs com arrependimentos”, cresci ouvindo do meu velho, saudoso e otimista pai.

Vive melhor quem melhor se adapta às mudanças de cenários, quem faz da passagem do tempo um aliado, se adaptando ao novo e inesperado.

Somos sobreviventes de tempos neuróticos, angustiantes, tóxicos, de grande indefinição; com a morte a nos rondar, mais de perto, em cada esquina.

Descobrimos recentemente, da pior maneira possível, que temos de conviver com um vírus, o corona, um professor cruel, que ensina matando, e segue sua trajetória pelo mundo, inclemente e traiçoeiro.

Ao longo da vida, embora tenha cometido muitos erros, procurei aprender com eles. Esse foi o grande acerto ao longo de minha existência até aqui. Aprendi a ser melhor hoje que em todas as minhas versões anteriores, coisas da velhice.

No dia 11 de julho, fez 17 anos, que por pouco não fiz a grande viagem. Ao pegar um táxi no interior do RN, o condutor, atendeu uma ligação, perdeu a direção do veículo. Isso mudou a minha vida para sempre. Descobri uma vida nova, reinventei-me por necessidade. Como minha matéria prima são os sonhos, isso ajudou muito.

Viver é perigoso, mas fascinante e surpreendente, tive que reaprender a viver, reeducar o olhar para coisas novas, aprender novos passos, criei asas e descobrir novos caminhos, o céu se abriu. Após o acidente, e de muletas, andei pelo mundo todo, visitei 143 países em todos os continentes, entrei para o Livro dos Recordes Brasil como o brasileiro mais viajado do mundo com mobilidade reduzida.

Viver é uma dádiva; a vida não me cansa porque amanhã ainda tenho um bocado de ilusões e, um sonho louco pra dá certo.

Por causa da pandemia, estou em casa, na Ilha do Amor; a viajar através dos livros, fotografias, e no inesgotável baú da memória.

Gratidão por tudo, Papai do Céu. Sem Deus nada disso seria possível.

Se entendermos que a vida é uma viagem passageira, tudo fica mais leve, belo e fácil.


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