Alerta

São João: venda de fogos reduz na pandemia, mas requer cuidados

Em 2019, foram registradas 34 ocorrências com artigos pirotécnicos em São Luís, segundo a Semus; este ano; já houve 5 casos na capital, mesmo com as vendas em baixa e a ausência de arraiais juninos

Bárbara Lauria / Equipe O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Comerciante faz demonstração em loja do uso seguro de fogos
Comerciante faz demonstração em loja do uso seguro de fogos (fogos de artifício)

SÃO LUÍS - Devido à pandemia e à proibição da realização de arraiais, a fim de conter aglomerações e o consequente aumento da contaminação pelo novo coronavírus, as festas juninas no Maranhão estão sendo comemoradas em casa, por meio de transmissões ao vivo. Com a ausência dos eventos públicos, a venda de fogos de artifício, que enfeitam o céu no mês de junho todos os anos, está em baixa em relação a anos anteriores, mas, ainda assim, requer cuidados redobrados para evitar acidentes.

A varejista Fátima Oliveira comprar fogos e bombinhas todos os anos para os seus seis netos, e este ano não foi diferente. Porém, devido às orientações quanto ao isolamento social, as brincadeiras vão acontecer dentro de casa. Assim como Fátima e seus netos, inúmeras outras famílias estão aderindo a essa alternativa.

“Reabrimos o comércio agora, no final de maio, e muitas das pessoas que estão vindo comprar levam para soltar em casa”, confirmou José Carlos Santos, dono de loja de fogos de artifícios. Segundo o comerciante, que trabalha há 30 anos no negócio, os meses de junho e dezembro sempre foram as épocas com maior comercialização desses produtos.

Alerta

Contudo, profissionais alertam sobre os cuidados de segurança que se deve ter ao soltar fogos, principalmente com crianças. Segundo a Secretária da Saúde Municipal (Semus), em 2019 foram registradas 34 ocorrências São Luís em decorrência de queimaduras ocasionadas por artigos pirotécnicos. Em 2020, houve cinco casos dessa natureza, de 1º de janeiro a 13 de junho.

De acordo com informações disponíveis no portal do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBM -MA), algumas medidas podem evitar acidentes com bombinhas e fogos de artifícios, são eles:

  • Adquira fogos de artifício somente em locais autorizados pelo CBMMA;
  • Fique atento a todas instruções contidas na embalagem do produto;
  • Solte fogos somente em locais abertos, longe de aglomeração de pessoas, estacionamentos, barracas de palha e postos de combustíveis;
  • Não segure o rojão com as mãos, antes de acioná-lo, prenda-o em um suporte seguro;
  • Em caso de falha do produto, jamais tente reutilizá-lo;
  • Supervisione 100% a movimentação das crianças;
  • Em caso de queimaduras, não aplique nenhum produto, lave com água corrente e acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

Tipos de fogos de artifício

Também é importante que se conheça os fogos que se está comprando. Existem quatro tipos de fogos. Os do tipo A são fogos de vista, com até 20 centigramas de pólvora, sem estampido.

O tipo B são fogos de estampido, com até 25 centigramas de pólvora por peça, podendo ser foguete com ou sem flecha, de apito.

Já o terceiro tipo, o C, são fogos com estampido com mais de 25 centigramas de pólvora por peça, são foguetes que podem ter ou não flechas, e que as bombas possuem até seis gramas de pólvora.

Por fim, o tipo D, são fogos com estampidos com mais de 2,5 centigramas gramas de pólvora por peça. São foguetes com e sem flecha em que as bombas contém mais de seis gramas, são eles as baterias, morteiros, com tubos de ferro, rojões e demais fogos de artifícios.

Os tipos C e D não podem ser vendidos para menores de 18 anos devido ao alto risco de acidentes relacionados aos fogos.

Atendimento Hospitalar

A Semus também ressaltou que, em São Luís, existem duas unidades de referência para tratamento de queimados, os hospitais municipais Djalma Marques (Socorrão I) e Clementino Moura (Socorrão II)

Queda nas vendas

Devido aos decretos governamentais que fecharam estabelecimentos comerciais não essenciais e à suspensão temporária das festas juninas as vendas caíram drasticamente, o que é incomum para esta época do ano. Segundo José Carlos, a queda nas vendas de suas lojas foi de 70% a 80%. “Há 30 anos trabalho com isso e esse tem sido o pior ano de todos nos negócios. Antigamente as pessoas vinham e gastavam até 1 mil reais, mas com toda essa situação os poucos que vem gastam entre 50 a 300 reais”, explicou o dono do comércio.

Apesar dessa queda, ainda houve uma pequena melhora nas vendas de fogos de artifícios no dia 13 de junho, dia em que é celebrado o festejo de Santo Antônio, mas ainda não alcançou o esperado.

“Tenho esperança de que nos próximos dias as coisas irão melhorar e para o comércio. Acredito que no dia 24, pincipalmente, terá mais pessoas adquirindo fogos de artifícios”, desabafou José Carlos. 24 de junho é o dia em que se comemora o São João. Outros dias em que os fogos também estão muito presentes são o dia 29 (São Pedro) e 30 (São Marçal) de junho.

Cuidados com os animais na hora dos fogos

A bióloga, protetora de animais, e presidente da ONG Patas em Ação, Andréa Ricci explicou ao jornal O Estado alguns perigos dos fogos de artifícios relacionados aos pets e o que se pode fazer para protege-lo.

“Fogos de artifícios, quando estampidos, causam uma série de problemas para forma doméstica Silvestre e também para os animais, crianças e idosos. Pessoas com Transtorno do espectro autista também são muito atingidos. Inclusive tramita no Congresso um projeto de lei do deputado Ricardo Izar, projeto de lei 6881, que padroniza regras e proíbe fogos de artifícios com barulho.

Nos cães são várias as consequências, desde taquicardia, conjunção e canibalismo. Pânico de uma forma geral, e os animais às vezes até vão a óbito, então normalmente se utiliza algumas alternativas algumas técnicas para minimizar o ruído.

Alguns desses artifícios são manter um animal brincando aquelas brincadeiras do dia a dia para que ele tire o foco; música clássica em volume alto também é interessante; utilizar e faixas que se colocam em torno de um animalzinho é uma técnica também, ou seja, algodão também diminui já que a audição do animal é muitas vezes maior do que a nossa e por isso o pânico que ele fica, esse medo do desconhecido. Ele não sabe o que é esse ruído, estampidos dos fogos de artifício, e por isso muitos, a maioria, reage com pane”, explicou a bióloga e protetora de animais.

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