FOGOS DE ARTIFÍCIO

Procura por fogos para a virada é intensa; segurança é essencial

De acordo com comerciantes, a expectativa é de bom faturamento, até melhor do que no período junino; CBMMA diz que é preciso ter cuidados na hora da compra e na hora de realizar o show, ao acender os fogos

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Tradição durante a passagem de ano, a queima de fogos de artifício é um dos maiores símbolos de comemoração durante a virada do dia 31 de dezembro para 1º de janeiro, fato que movimenta o comércio desses artefatos em São Luís. No bairro João Paulo, que concentra, em uma só rua, uma grande quantidade de lojas que comercializam o produto, a procura segue em ritmo intensificado, e a expectativa é de bom faturamento.

Segundo a gerente de uma das lojas, Dica Gomes, a procura dos clientes ainda não atingiu seu ápice, mas isso deve acontecer nos próximos dias, perto da chegada de 2019. “A partir de hoje [ontem], o movimento já começa a melhorar e as vendas a subir. Atualmente, existem vários tipos de fogos, vários lançamentos, e no Réveillon a diversidade dos artefatos é bem maior”.

No que se refere aos preços, que variam de acordo com as inovações cada vez mais encantadoras e vibrantes, a tabela chega a ser surpreendente, partindo de R$ 17,00 e atingindo R$ 4 mil, isso só na capital maranhense. Em outras cidades do Brasil, dependendo da marca, quantidade, tempo de duração do show pirotécnico e outras características ainda mais atrativas, os valores podem ir além.

De acordo com o proprietário de uma loja dos mesmos artefatos, João Carlos Teixeira, que já comemora o sucesso nas vendas às vésperas de findar o ano, os lucros são bem maiores, se comparados ao que é registrado no período junino, quando os fogos também são parte tradicional na composição da festa.

“Nós temos um lucro bem maior do que nas festas juninas, principalmente porque os produtos mais vendidos são, em parte, diferentes e custam mais caro. Por exemplo, em junho, as bombas, que custam mais barato, são as mais vendidas, enquanto os outros fogos, mais tradicionais no Réveillon, saem em menos quantidade”, afirmou.

Conforme os comerciantes, a maioria das compras são realizadas por parte de pessoas que vão festejar a chegada do ano-novo nas festas de família, as quais preferem uma festa mais reservada e sem a multidão que se forma em grandes festas programadas em ruas e avenidas, por exemplo.

Segurança
Além do preço, outro quesito muito importante, e de responsabilidade do comerciante de fogos de artifício, é a orientação sobre a segurança direcionada a quem os compra, ponto que é uma preocupação de Dica Gomes e de outros comerciantes, que veem a necessidade de passar orientação para as pessoas que procuram o produto, que pode acarretar em acidentes, se manuseado de forma incorreta. “A gente sempre orienta as pessoas, principalmente quanto ao local onde os fogos serão soltos, e é importante que não seja perto de pessoas”, destacou.

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), Célio Roberto Araújo, acidentes relacionados aos fogos de artifício neste período de fim de ano não são comuns. Porém, o perigo deve servir sempre de alerta para quem compra o produto. “Na virada de ano, devido ao grande número de pessoas soltando rojões, a probabilidade para que acidentes aconteçam aumenta”.

Ainda segundo o comandante, é importante que considerar várias condições para evitar que acidentes aconteçam, como soltar fogos estando alcoolizado e próximo de crianças. “Os artefatos exercem verdadeiro fascínio sobre elas [as crianças], e no caso de haver um descarte do artefato com retardo no estouro, a criança poderá se acidentar gravemente”, alertou.

Para o comerciante João Carlos Teixeira, a segurança, tanto interna, da loja, quanto externa, ao serem vendidos os fogos, é um ponto de extrema importância em seu estabelecimento, e que é um de seus principais alertas ao vender o produto. “É necessário passar informações para as pessoas que vêm comprar os fogos, bem como manter em dia a segurança interna da loja, quanto à fiação, extintores e outros pontos essenciais”, frisou.

Diante da necessidade fiscalização das lojas nesta época de venda intensificada do produto, que leva os comerciantes a manterem grande estoque da mercadoria inflamável, o CBMMA informou que a Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) intensificou as vistorias em lojas que vendem fogos de artifício nos meses de junho e dezembro, em decorrência das festividades. As inspeções têm o objetivo de verificar se a legislação está sendo cumprida no que diz respeito ao credenciamento desses produtos em estoque, buscando manter a segurança.

Durante as vistorias, o CBMMA pede o Certificado de Aprovação (CA), documento que autoriza a venda de fogos e que precisa ser renovado a cada 12 meses. O certificado deve ficar visível, com fácil acesso ao consumidor. Também é observada a presença de extintores de incêndio em quantidade adequada ao tamanho do local e ao número de inflamáveis em cada loja. Outro ponto é o estado das instalações elétricas e o acondicionamento dos fogos de artifício, conforme as normas de segurança.

Em caso de irregularidades, o lojista é notificado e tem um prazo de até 30 dias para se adequar. Se não o fizer, será multado ou poderá ter seu estabelecimento interditado.

Risco de incêndio
Na capital maranhense, bares e outros estabelecimentos ao longo da Avenida Litorânea ficam proibidos de realizar queimas de fogos de artifício, principalmente por causa da vegetação presente nas dunas ao longo da via, uma vez que torna-se um ambiente propício a iniciar um princípio de incêndio. Tal qual, fica proibido soltar fogos, também, em locais com “aglomeração de pessoas”, como ressaltou o comandante do CBMMA. “Próximos de hospitais, residências ou prédios residenciais, postos de combustíveis e aeroportos”.

Cuidados
Segundo o CBMMA, o primeiro cuidado que se deve ter está relacionado ao local de aquisição desses fogos de artifício. “Deve ser adquirido em uma loja credenciada, que tenha alvará do Corpo de Bombeiros para a comercialização e estoque desse tipo de material”, orienta o comandante. “É importante que as pessoas que decidirem usar os fogos tenham consciência de que esse material é um produto perigoso para que as chances de acidentes sejam minimizadas, sob pena de causar sérios prejuízos para si e para as pessoas que estão ao redor”.

ORIENTAÇÕES

– Seguir rigorosamente as orientações dos fabricantes contidas na embalagem;
– Não acionar foguetes/rojões sob efeito de álcool;
– Utilizar um suporte para evitar o contato das mãos diretamente com o foguete acionado;
– Escolher um local aberto, distante da aglomeração de pessoas, estacionamentos, postos de combustíveis, vegetação seca ou rede elétrica;
– Não tentar acionar novamente os fogos que, por ventura, falharem.

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