RÉVEILLON SEGURO

Fogos de artifício: diversão que necessita de atenção

Orientações de fabricantes e de especialistas são imprescindíveis para que a festa não termine no hospital; durante o período, vendas dos artefatos aumentam até 50%

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

O Réveillon está chegando e com ele as tradicionais queimas de fogos de artifício. O costume, que se mantém como anúncio e celebração da chegada do novo ano, no entanto, pode representar perigo para quem o manuseia e, por isso, exige atenção e cuidado para que a festa não termine no hospital. Nas lojas onde o produto é vendido, a intensa procura é acompanhada por recomendações aos clientes. Saiba como evitar acidentes e o que fazer caso eles ocorram.

Para muitos, não há Réveillon sem os estouros e as luzes produzidas pelos fogos de artifício, mas para pôr em prática esta tradição é necessário levar alguns cuidados em consideração, principalmente em festas com grande aglomeração de pessoas, onde o risco de acidentes torna-se maior. De acordo com o major Lisboa, do Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMA), a preocupação deve ser mantida desde o momento da compra dos utensílios.

“A gente observa que nesse período as pessoas procuram mais as lojas para comprar esses produtos e um dos principais cuidados referente ao uso dos fogos de artifício é justamente a escolha da loja onde o produto será adquirido. Por ser um material perigoso, a loja deve ser especializada e possuir o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros, pois esta é uma garantia de que o estabelecimento atende às exigências mínimas de segurança para a comercialização desses materiais”, esclareceu.

Além disso, é necessário escolher muito bem o local onde os produtos serão utilizados. Fogos de artifício, rojões e outros artefatos não podem ser soltados, em nenhuma hipótese, próximo à vegeação, estacionamentos, fiação e postos de combustíveis, do contrário, o risco de incêndio – de pequenas ou grandes proporções – é iminente, como explicou o major José Lisboa, subchefe da seção de comunicação do CBMMA.

“Na hora de soltar esses fogos, a escolha do espaço é muito importante. Locais bem arejados, que não apresente nada no caminho desse artefato, principalmente, pois as ocorrências de incêndio, na maioria das vezes são causadas por isso. Então é preciso verificar se não há árvores e fiação elétrica, aglomeração de pessoas, posto de combustível, vegetação seca, proximidade com crianças, estacionamentos para não oferecer risco a ninguém”, esclareceu.

Outro cuidado indispensável é seguir as recomendações disponibilizadas pelos fabricantes dos produtos, nos próprios rótulos. Essa orientação é, inclusive, dada por quem é credenciado para comercializar os artefatos, principalmente em períodos em que a clientela cresce, como nesta época do ano.

Segundo o empresário João Carlos Teixeira, que atua há mais de 30 anos como representante deste tipo de produto e há 17 dedica-se ao mercado varejista e atacadista em São Luís, no mês de dezembro a procura tem acréscimo de até 40% na procura pelos fogos de artifício e, em relação ao mesmo período do ano passado, as vendas já aumentaram até 50%, o que aponta para um Réveillon com ainda mais fogos pela cidade e outros municípios do estado. Mas nem mesmo o grande número de consumidores dispensa as recomendações para o uso desses materiais, muito pelo contrário, a cada novo cliente o lojista faz questão de, pessoalmente, ressaltar as dicas para que as comemorações sejam realizadas em segurança.

“Tivemos um Natal muito bom e a expectativa para o Réveillon é ainda maior e para prevenir que a minha clientela aproveite suas festas, a primeira coisa que faço é repassar as informações para cada um dos meus consumidores sobre como fazer a queima, pois, infelizmente, acontece muito, de pessoas comprarem sem saberem utilizar. Além disso, não realizamos as vendas para menores de 18 anos ou pessoas alcoolizadas e orientamos nossos clientes revendedores para que também tenham esses cuidados”, destacou Teixeira.

FOGOS NO BRASIL

No Brasil – o segundo maior produtor mundial de fogos de artifício –, os fogos são classificados em quatro categorias (A, B, C e D), de acordo com a quantidade de pólvora, que reflete no nível do estampido (som forte). Somente o tipo A não produz estampido, e, provavelmente por isso, não é tão popular entre os consumidores.
A virada do ano, o Natal e outras festividades católicas de junho (Festas Juninas) são as épocas em que o uso desses artefatos é mais intenso. Nesses períodos, as entradas em hospitais ocasionadas por acidentes decorrentes da queima de fogos de artifício também é mais frequente.

CUIDADOS

- O manuseio deve ser feito por adultos
- Se a pessoa vai ingerir bebida alcoólica, não deve fazer uso de fogos
- Não reaproveitar os artefatos que não funcionaram e colocá-los em um balde com água para neutralizar a carga explosiva
- Sempre utilizar os fogos em local afastado das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica
- Os rojões devem ser usados com um suporte, e não segurados diretamente na mão
- Em casos de eventos pirotécnicos, a apresentação deve ser feita por profissionais
- Caso haja chamas na pessoa acidentada é recomendado abafar o local, jogar água ou rolar no chão
- Após apagada ou caso não tenha havido chamas, é necessário resfriar o local queimado com água, proteger com pano limpo e procurar o hospital mais próximo ou ligar para o 193
- Não é aconselhado colocar produtos caseiros ou qualquer medicamento sem prescrição médica
- Em caso de laceração, é necessário proteger o local se houver sangramento, fazer a compressão e procurar o hospital rapidamente.

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