Artigo

Hora de uma irmã ajudar outra

Franklin Douglas, Professor e doutor em Políticas Públicas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Há cinco anos, no dia 29 de abril de 2015, a Prefeitura de São Luís assinou o acordo Cidades-Irmãs com a cidade chinesa de Wuhan. Sim, cara leitora, caro leitor, exatamente com a cidade onde o surto de Coronavírus surgiu no mundo. E onde, também lá, atualmente, temos a mais exitosa experiência de enfrentamento à pandemia de COVID-19.

Wuhan mantém esse acordo com cerca de 30 entes públicos no mundo. No Brasil, somente o Estado do Rio Grande do Sul e o município de São Luís (MA) têm essa parceria firmada. A cidade chinesa desenvolve esse projeto desde 1979, mas intensificou as parcerias internacionais, a partir dos anos 2000.

Com a capital maranhense, o acordo visa parcerias nas áreas de economia, comércio, cultura, educação, esporte, indústria, agricultura, entre outras. A comitiva do poder público municipal da cidade em visita oficial à cidade chinesa, em 2015, foi liderada pelo secretário de Saúde, Lula Fylho.

Cidade de 3.500 anos, Wuhan tem muito a nos ensinar. Trata-se de um município de 10 milhões de habitantes (é dez vezes maior que São Luís), oitava cidade mais populosa da China, cresce a taxa de 11% ao ano, possui o terceiro maior centro científico do país e o que nos interessa: acumulou expertise ao conseguir controlar a COVID-19 e curar 78 mil infectados dentre seus habitantes.

Como controlou o surto no país, a China agora tem enviado o material excedente que fabricou para ajudar diversos países a enfrentar a COVID-19:

a) Para a Coreia do Sul, despachou um milhão de máscaras;

b) Ao Irã, remeteu 250 mil máscaras e 5 mil kits de exame;

c) À Venezuela, expediu 70 toneladas de equipamentos e remédios;

d) Para a Espanha e a Itália, destinou 1 milhão e 800 mil máscaras, 30 toneladas de suprimentos médicos, 2.500 óculos de proteção para os médicos, 700 equipamentos, incluindo monitores e suporte ventilatório para internações (entubação e respiradores), além de uma equipe de médicos;

e) À cidade do Porto (Portugal), a partir de articulação da Câmara de Vereadores de lá, enviou 50 respiradores artificiais.

Desses exemplos listados, a Coreia do Sul é um dos entes que mantém o acordo Cidades-Irmãs com Wuhan. Ou seja: temos a faca e o queijo na mão! Um acordo formalmente firmado e uma Cidade-Irmã que está ajudando outras localidades do planeta a controlar o coronavírus.

Dentre as 16 medidas que elaborei na proposta “Um plano de contingência para a COID-19 em São Luís”, com a colaboração do professor do curso de Medicina da UFMA Antonio Gonçalves (doutor em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela UERJ), uma delas referia-se à parceria com o governo chinês. Exatamente por essas potenciais parcerias que foram enumeradas anteriormente. Percebi alguma resistência, aqui e ali, por onde a proposta circulou.

Alerto: nessa batalha contra o coronavírus, é tempo de deixar a rinha e o preconceito ideológicos em segundo plano. É hora apostar nos acertos que, pelo mundo, confirmaram-se no combate à COVID-19. Não vacilemos!

O Governo do Estado está sendo ágil e correto. A Prefeitura de São Luís, após alguma lentidão para perceber a gravidade da situação, começou a se movimentar também acertadamente. Mas, nessa pandemia, é tempo de coragem, agilidade, solidariedade. É o momento de colocar a política de saúde na frente da ideopolítica eleitoral. São vidas de nossa gente em jogo.

Tudo conta. Inclusive pedir ajuda da cidade que se considera nossa irmã! Recorramos à Wuhan.

E-mail: franklin.artigos@gmail.com

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