Ambulantes se espalham para faturar nos circuitos carnavalescos da Ilha
Os blocos dos vendedores ambulantes são os primeiros a chegar nos pontos de folia; já nas primeiras horas da manhã, eles começam a organizar a mercadoria e trabalham até a madrugada do dia seguinte
São Luís - Folia para uns e muito trabalho para outros. O cortejo dos blocos dos vendedores ambulantes começou cedo no Domingo Gordo. Eram os foliões que aproveitam a programação da festa para faturar e sãos os primeiros a desembarcar nos circuitos. No espaço que recebeu o maior número de pessoas, o Circuito Beira-Mar, amanheceu movimentado, com o vaivém de isopores, barracas, cadeiras e mesas. Os ambulantes também optaram pela Madre Deus, Passarela do Samba e Circuito Rio Bacanga.
Marina Gaspar, que comercializa batata frita, pastel e cerveja ficou posicionada próximo à concentração dos trios elétricos, na Avenida Beira-Mar. Ela disse que pagou uma taxa de R$ 232 para a prefeitura visando permanecer no ponto até amanhã, quando a programação será encerrada.
“Moro no São Francisco e sempre no São João e no Carnaval me organizo para vender meus produtos, sendo os meus fortes lanche e cerveja, pois ninguém fica com fome na folia e sem álcool. É preciso recarregar as energias antes de entrar nos cortejos. Espero vender bastante”, disse Marina, que estocou, entre outras coisas, 20 fardos de cerveja, apostando na animação e disposição dos foliões.
Domingos Moraes, morador do Angelim, vende bata frita, caldo de ovos e cachorros-quentes em outra barraca. Ela está dormindo no local para vigiar a mercadoria. “Na frente da barraca, coloco mesas e cadeiras e aguardo a freguesia. É muito difícil não se aproximar ninguém. Principalmente no início e no final da festa, a turma jovem lota as minhas mesas. Aí, todo mundo vai para casa de barriga cheia”, contou.
Reclamação
Jéssyca Mendes, que também optou pelo Circuito Beira-Mar para faturar, reclamava que havia chegado cedo, mas ficou de um lado para o outro sem conseguir um ponto fixo para se posicionar. “Achei desorganizado, pois até agora os agentes da prefeitura não chegaram aqui. Disseram que chegariam às 8h, mas já são dez e nada. Para todo canto que eu vou, não se pode ficar. Mudei várias vezes de posição e já estou cansada”, disse.
Os ambulantes se espalharam também em vários pontos da Madre Deus, do Circuito Rio Bacanga e na Passarela do Samba, no Anel Viário. No Rio Bacanga, estreante na programação do Carnaval oficial do Governo do Estado, os vendedores também chegaram cedo, para descarregar mercadoria e aguardar a chegada dos primeiros foliões. O maior volume de vendas acontece à noite, quando os trios se aproximam e têm início os shows no palco.
“Moro aqui perto e quando me avisaram que teria este circuito, para mim ficou melhor, porque para transportar minhas coisas é mais fácil. Meu cunhado e eu queremos vender mais do que no ano passado, quando ficamos na Praça da Saudade, na Madre Deus”, disse a ambulante Guilherme Cruz.
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