Meio Ambiente

Mar sem Fim avalia atuação de presidentes e destaca Sarney Filho

Ex-deputado federal foi citado como o "melhor ministro do Meio Ambiente até agora"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Sarney Filho atuou como ministro do Meio Ambiente
Sarney Filho atuou como ministro do Meio Ambiente (Sarney Filho)

BRASÍLIA - Ex-ministro do Meio Ambiente por duas vezes, José Sarney Filho foi citado no blog Mar sem Fim, publicado por João Lara de Mesquita, no jornal O Estado de São Paulo, como “o melhor ministro do Meio Ambiente, até agora”. No artigo Presidentes e o meio ambiente, desde a redemocratização, Mesquita analisou avanços e recuos dos governos nesse setor, a partir de José Sarney (1985/1990), até os dias atuais, com Jair Bolsonaro.

“O ex-presidente José Sarney criou 59 unidades de conservação, protegendo um total de 14.469.623,14 hectares. Foi em sua gestão que a caça à baleia foi proibida por lei no Brasil. Mérito exclusivo dele.” E não foi só. O ex-presidente criou, também, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA.

“De quebra, José Sarney é pai do até agora melhor ministro do Meio Ambiente que tivemos no período abordado. Zequinha Sarney é das poucas unanimidades no meio ambientalista”, continua o jornalista.

Avanços

O blog cita que na primeira gestão de Sarney Filho à frente do Ministério do Meio Ambiente (1999/2002), durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foram criadas 81 unidades de conservação, totalizando mais de 20 milhões de hectares protegidos. Chamado novamente para ocupar o cargo pelo ex-presidente Michel Temer, em 2016, “a pauta ambiental avançou de vez”, reforça o Mar sem Fim.

O maior legado de Michel Temer, segundo o blog, foi o fato de ter sido o primeiro a olhar para o mar. “Todos os outros presidentes haviam se virado para o interior ao criarem suas unidades de conservação. Temer, não. O mar brasileiro tinha apenas 1,5% de área protegida, em vez dos cerca de 13% das UCs terrestres. E Temer criou duas unidades, as maiores do bioma marinho. Ao sair do governo deixou um grande legado, o bioma marinho passou a ter cerca de 25% de mar territorial transformado em unidades de conservação”.

Defesa da Amazônia

O jornalista João Lara Mesquita é profundo conhecedor das questões ambientais, realizou importantes pesquisas a partir de expedições ao longo do litoral brasileiro. Em seu artigo, ele afirma que o país, desde a redemocratização, teve os mais diversos tipos de presidentes, mas que todos tinham uma certeza em mente. “Pode tudo, menos desmatar a Amazônia.”

“Mesmo os que não se ligavam nas questões ambientais sabiam que a maior floresta úmida do mundo fica na terrinha, ocupando 59% do território nacional. Portanto, quanto mais se acirra o aquecimento global, mais a Amazônia é importante para o Brasil e o planeta”, constata Mesquita.

Para ele, a Amazônia representa um ativo “que poderá ser nossa maior fonte de recursos externos, possivelmente contribuindo para tirar da miséria cerca de 20 milhões de brasileiros que lá habitam”.

Mesquita, em sua análise, chega ao governo Jair Bolsonaro. Ele cita matéria publicada no O Estado de São Paulo. Nela, Bolsonaro afirma que “a maior demonstração de que está ao lado da bancada ruralista é a indicação de um ministro para o Meio Ambiente “casado” com o agronegócio”.

“Imaginem o inferno que seria a vida de vocês se tivéssemos um ministro do Meio Ambiente como os anteriores. Tivemos a oportunidade e o bom senso de escolher ministro para Meio Ambiente que casa questão ambiental com desenvolvimento”, afirmou Bolsonaro na ocasião.

Mesquita questiona esta afirmação em seu artigo: “Quer dizer então, que todos os outros governos não lograram avanços no desenvolvimento. Nenhum deles. É isso mesmo, presidente? Bolsonaro não passa dia sem bombardear a sociedade com declarações que só a dividem mais; prejudicam a economia e colocam ambientalistas como os maiores agentes do mal do País”, critica o autor.

São citados também, como desserviços, as acusações do presidente ao meio ambiental, academia, além de demissões, como a do ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, no ano passado. “Galvão alertou que o desmatamento iria crescer, como ficou provado.

“Bolsonaro parece não ter aprendido patavina com aqueles que o antecederam, muito menos com a História, que é implacável. Ela nos ajuda a aprender com os erros do passado. Viu, presidente?”, conclui Mesquita.

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