Críticas

Depois de crítica de Sarney Filho, Bolsonaro já admite não fazer fusão

Ex-ministro do Meio Ambiente criticou a proposta de unir os ministérios do Meio Ambiente com o da Agricultura; Presidente , Jair Bolsonaro, já admitiu que fusão das pastas não deva acontecer

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Sarney Filho, ex-ministro do Meio Ambiente, criticou fusão dos ministérios
Sarney Filho, ex-ministro do Meio Ambiente, criticou fusão dos ministérios (Sarney Filho)

O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado Sarney Filho (PV-MA) criticou, na Câmara dos Deputados a notícia de que o novo governo pensa em promover a fusão do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura. “É uma irresponsabilidade o que o governo eleito está pensando em fazer, não só com o Brasil, mas com as futuras gerações”, afirmou Sarney Filho.
Na reunião realizada pela Comissão do Meio Ambiente (CMADs) foi aprovada proposta do deputado para a realização de audiência pública que discutirá as implicações da incorporação da área ambiental ao Ministério da Agricultura.
O anúncio da fusão foi criticado tanto por ambientalistas quanto por representantes do agronegócio que participaram da reunião.
“Antes das eleições de 7 de outubro o presidente eleito, Jair Bolsonaro, havia recuado dessa mudança e também de retirar o Brasil do Acordo de Paris, mas ontem fomos surpreendidos com a confirmação feita por sua equipe”, disse Sarney Filho.
Para o ministro, o fato de o país ter enfrentado um ano eleitoral e agora as incertezas sobre a política ambiental, refletirão no aumento dos desmatamentos. Ele lembrou que a política adotada nos últimos dois anos permitiu diminuir os índices de desmatamento.
“Conseguimos, inclusive, o compromisso com os produtores de soja na Amazônia, que voluntariamente aderiram ao compromisso de não desmatarem novas áreas. Isso deu segurança aos compradores de outros países de que não estavam comprando produtos vindos da degradação ambiental”, afirmou o deputado
Ele alertou para os riscos de o Brasil não cumprir os seus compromissos internacionais, sendo que hoje o país exerce forte liderança no mundo na área ambiental.
Diante de toda a repercussão negativa, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já admitiu que não deverá fazer a fusão.
“Havia uma ideia de fusão, mas pelo que parece será modificada. Pelo que tudo indica, serão dois ministérios distintos”, afirmou o presidente eleito.
Ele ressaltou que não quer um ministro "xiita" para o Meio Ambiente e que a conservação da natureza não pode ser um obstáculo para o progresso do país.
“O Brasil é o país que mais protege o meio ambiente. Nós pretendemos proteger o meio ambiente, sim, mas não criar dificuldades para o nosso progresso”, argumentou Bolsonaro.
Segundo ele, o perfil de um ministro do Meio Ambiente é o de "uma pessoa voltada para proteger o meio ambiente sem o caráter xiita, como foi em outros governos". l

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