Documentos

Material mostra como o Irã tenta influenciar política no Iraque

Iranianos recrutaram informantes que haviam trabalhado para os americanos, de acordo com jornal

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
O aiatolá Ali Khamenei (à direita), líder supremo do Irã, em conversa com o primeiro-ministro do Iraque, Adil Abdul Mahdi
O aiatolá Ali Khamenei (à direita), líder supremo do Irã, em conversa com o primeiro-ministro do Iraque, Adil Abdul Mahdi (AFP)

TEERÃ - Uma série de documentos mostram a maneira pela qual agentes do Irã infiltraram-se na política do Iraque, um de seus vizinhos. O material foi publicado simultaneamente pelo jornal “The New York Times” e pelo site Intercept, que recebeu o material de fonte anônima.

São cerca de 700 páginas de relatórios e documentos de comunicação, redigidos entre 2014 e 2015, por agentes iranianos que trabalhavam no Iraque. Os documentos foram enviados de forma anônima ao Intercept.

Os iranianos cooptaram iraquianos que trabalhavam para os americanos até 2011. Um deles, conhecido como Donnie Brasco, prometeu aos iranianos que revelaria os nomes de outros colaboradores do exército dos EUA, além de mostrar onde ficavam locais de segurança, detalhes sobre as armas e do treinamento de segurança.

Há colaboradores dos iranianos mesmo entre políticos do Iraque –o primeiro-ministro Adil Abdul Mahdi é um dos que mantém uma “relação especial” com o Irã.

Canal de comunicação secreto

Os documentos mostram que as conversas secretas que os diplomatas americanos tinham com algumas de suas fontes no Iraque eram relatadas aos iranianos.

Um assessor de um líder do Parlamento iraquiano foi identificado como um colaborador do Irã que narrava aos iranianos o conteúdo de suas conversas com os americanos.

Os documentos também mostram alguns desentendimentos entre os próprios iranianos.

O general Qassim Suleimani ficou responsável por recrutar e mobilizar milícias iraquianas para defender interesses do Irã.

No entanto, agentes do Ministério de Inteligência e Segurança do país persa expressaram receio de que essa não era uma boa estratégia, porque os iraquianos não gostam das milícias.

Ele também enfrentou críticas de agentes do Irã por ter postado fotos em redes sociais em que ele divulgava sua participação na campanha militar contra o Estado Islâmico.

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