Reforma da Previdência

Senado: concluído 1º turno da votação da reforma da Previdência

Foram votados ontem três destaques ao texto-base da reforma aprovado no fim da noite de terça-feira, 1; matéria ainda será votado em 2º turno

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Na madrugada de ontem, após votação de texto base, senadores aprovaram destaque do abondo salarial
Na madrugada de ontem, após votação de texto base, senadores aprovaram destaque do abondo salarial (Senado)

Brasília
O Senado concluiu ontem o primeiro turno da votação da reforma da Previdência. O texto-base já havia sido aprovado na noite da última terça-feira, 1º. Ao concluir a votação, os senadores rejeitaram os três destaques que estavam em análise. Destaques são sugestões de mudanças ao texto.

Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), o texto ainda precisa ser votado em segundo turno. Para a reforma ser aprovada, deve contar com a aprovação de pelo menos 49 dos 81 senadores.

Os chamados destaques eram uma preocupação para o governo, uma vez que poderiam desidratar ainda mais a economia prevista para a União com a reforma – atualmente de R$ 800 bilhões em 10 anos.

Segundo uma estimativa da equipe econômica repassada pelo líder do PSL, senador Major Olímpio (PSL-SP), os destaques rejeitados ontem poderiam desidratar a economia da União com a reforma em R$ 201,3 bilhões em dez anos.

Outros três destaques foram retirados pelos partidos que os apresentaram e, portanto, nem chegaram a ser votados pelos senadores. Essas modificações teriam impacto de mais R$ 274,7 bilhões.

Na madrugada desta quarta-feira, após a votação em primeiro turno do texto-base da proposta, os senadores aprovaram uma alteração sobre abono salarial que reduziu em R$ 76,4 bilhões a previsão de economia em dez anos com a reforma.

Atualmente, o abono é pago uma vez ao ano para quem recebe até dois salários mínimos (R$ 1.996,00). O texto aprovado pela Câmara previa que o pagamento do abono salarial ficaria restrito aos trabalhadores de baixa renda, que ganham até R$ 1.364,43, porém essa limitação foi derrubada com o destaque.

Fica valendo, então, a lei vigente. Atualmente, o abono é pago uma vez ao ano para quem recebe até dois salários mínimos (R$ 1.996,00).

Com a derrota para o governo, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), pediu a suspensão da sessão para que ela fosse retomada de forma extraordinária na manhã da quarta – a sessão, porém, só começou no início da tarde.

Mais

Destaques que foram rejeitados

Idade mínima para mulheres: Um destaque apresentado pelo PDT visava manter a idade mínima para aposentadoria das mulheres em 60 anos. De acordo com a PEC, a idade mínima para mulheres começa em 60 anos, mas, a partir de 2020, é acrescida de seis meses a cada ano, até chegar a 62 anos em 2023. A estimativa do governo é que a perda com esse destaque seria de R$ 36,9 bilhões em dez anos. Os senadores rejeitaram o destaque por 54 votos a 18.

Pensão por morte: o PT apresentou destaque para votar em separado o artigo que trata sobre a pensão por morte. A proposta do partido é manter o benefício de forma integral, como é hoje. Pelo texto-base da PEC, o benefício de 50% do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor, mais 10% por dependente, até o limite de 100% para cinco ou mais dependentes. O destaque traria um impacto de R$ 106,8 bilhões, de acordo com o governo.

Aposentadoria especial: Inicialmente apresentado pelo PROS, mas assumido pela Rede, o destaque é para votação em separado trecho que estabelece as idades mínimas para aposentadoria especial em casos de atividades com efetiva exposição a agentes nocivos à saúde. O impacto poderia chegar a R$ 57,6 bilhões, segundo o governo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.