Editorial

Necessidade de recapacitação profissional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Nada mais nada menos do que 120 milhões de trabalhadores nas 10 maiores economias do mundo precisarão de recapacitação profissional nos próximos três anos, como resultado do impacto da utilização de Inteligência Artificial e Automação Inteligente no mercado de trabalho. No recorte do Brasil, são 7,2 milhões de profissionais que terão que ser treinados em novas habilidades. É o que aponta o mais recente estudo do Institute for Business Value (IBV) da IBM.

Essas milhões de pessoas que precisam se recapacitar, mostra claramente como o avanço tecnológico tem influenciado, transformado o mercado de trabalho e suas necessidades. A pesquisa global foi realizada em 48 países, com 5.670 CEOs, dos quais apenas 41% deles afirmam ter as pessoas, habilidades e recursos necessários para executar suas estratégias de negócios e que cerca de metade dos entrevistados admite não ter nenhum plano de desenvolvimento de habilidades para reverter o problema.

O estudo aponta que o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas quatro anos. Em 2014, no Brasil, o tempo de treinamento necessário era de quatro dias; em 2018, o tempo gasto foi de 40 dias.

Esse levantamento retrata a nova realidade de mercado, em que novas aptidões estão surgindo rapidamente, enquanto outras estão se tornando obsoletas. Para ser uma ideia de como a coisa está evoluindo, em 2016, os executivos entrevistados pelo IBV classificaram como habilidades críticas para o Brasil: a capacidade de se comunicar efetivamente em um contexto de negócios; e recursos técnicos ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Já em 2018, as duas principais habilidades procuradas foram as comportamentais, chamadas também de soft skill: gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar; e disposição de ser flexível, ágil e adaptável às mudanças.

Diante dessa constatação, o estudo do IBV apresenta um passo a passo da estratégia que as empresas devem seguir para promover os talentos e reduzir a lacuna de habilidades. A principal recomendação é adotar uma abordagem holística voltada para a qualificação da força de trabalho por meio de um desenvolvimento multimodal, personalizado e baseado em dados. Isso significa criar jornadas educacionais para os funcionários de acordo com seu nível de experiência atual, habilidades, função e aspirações de carreira.

A pesquisa mostra que as empresas devem usar analytics e inteligência artificial para prever e inferir quais habilidades estão disponíveis em toda a organização e compartilhar essas informações de forma transparente com os funcionários para impulsionar uma cultura de aprendizado contínuo.

Para impulsionar essas jornadas, o estudo indica que as empresas devem aproveitar um ecossistema de parceiros para expandir seu acesso ao conteúdo, alavancar tecnologias inovadoras de aprendizado e, até mesmo, compartilhar talentos qualificados além das fronteiras organizacionais. Os dados ressaltam ainda a importância do aprendizado experiencial, em parceria, com equipes ágeis e com habilidades heterogêneas, atividades práticas, sala de aula tradicional e também aprendizado online.

Como conclusão, a IBM Brasil ressalta que a área de Recursos Humanos precisa estar conectada a essas tendências e recorrer cada vez mais a elas para ser um agente de transformação para os negócios da empresa. Portanto, as lideranças devem estar atentas às mudanças.

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