Sofia Nunes Domingos – estudante e escritora

O mundo criativo de Sofia e seus personagens

A paixão pela leitura e escrita é marcante na rotina desta menina inteligente, que dá provas de sua sensibilidade e criatividade ao transformar animais da vida real em personagens de suas histórias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
A estudante Sofia Nunes Domingos com um de seus trabalhos
A estudante Sofia Nunes Domingos com um de seus trabalhos

SÃO LUÍS - Ela tem apenas nove anos, mas a imaginação é fértil. No mundo de Sofia Nunes Domingos, todos os caminhos levam às veredas criativas da leitura e da escrita. Prova disso é que ela já tem dois cadernos recheados de histórias. A menina está no quarto ano e, além de ler e escrever, gosta de desenhar. Sua predileção é por animais. Tanto que criou seis personagens inspirados em cães e gatos da vida real, os quais compõem suas histórias em quadrinhos (com desenhos autorais) e outras criações.

Todas as histórias de Sofia começam pelo título “Theo e sua turma em...”. A mãe, empresária e turismóloga Kelma Santos, derrete-se em elogios à filha, revelando que suas notas de português são as melhores e que seu passatempo é escrever, diariamente. “Eu comecei a comprar gibis da Turma da Mônica e ela foi adquirindo o hábito de ler e desenvolvendo a criatividade”, conta.

A influência da mãe e o gosto adquirido pela filha ao entrar em contato com o mundo da imaginação foram decisivos para que as janelas da criatividade se abrissem diante dos olhos de Sofia. E, agora, ela dá o exemplo e incentiva os amiguinhos de escola e do bairro. Recentemente, a menina fechou uma parceria com uma colega de classe. Segundo Sofia, a amiga também é criativa, mas escorrega ao passar as ideias para o papel. E é aí que ela entra, com toda a sua desenvoltura prolixa.

Sofia Nunes Domingos com algumas de suas paixões, as HQs
Sofia Nunes Domingos com algumas de suas paixões, as HQs

Identidade

Qualquer semelhança com Sofia Amundsen, de “O Mundo de Sofia”, romance de Jostein Gaarder, é mera coincidência. Diferente da personagem do famoso livro norueguês, que mora com seu gato malhado, três peixes ornamentais, periquitos e uma tartaruga, os personagens criados por Sofia surgem de sua relação amorosa com os bichinhos de estimação dos vizinhos, amigos e parentes.

A cada um deles, ela imprimiu uma identidade, elencando suas características mais marcantes, fruto também de sua aguçada percepção do mundo à sua volta. Sofia é falante, desembaraçada, não comete erros de português e dá sinais claros de que avançará na trajetória literária.

“Minha professora diz que só falta melhorar um pouco a caligrafia, mas vejo que já estou melhorando. Não sou muito boa em matemática, não. Na verdade, gosto mais das matérias que não têm cálculo. Eu quero ser escritora e cartunista. Eu já criei outros personagens: ‘João Miguel e seus amiguinhos’. João Miguel é o nome do meu irmão. Ele tem 1 ano. Meu outro irmão se chama Walter Nunes. Ele tem 21 anos”, diz ela, frase após frase, articulando bem as palavras, como uma Emília ansiosa ao aprender a falar.

Kelma Santos pensa em procurar uma editora para publicar as histórias da filha, pois a acha criativa para a idade. Ela busca alguém que a auxilie nessa empreitada, pois é marinheira de primeira viagem. Quer valorizar ainda mais o talento da filha, organizar e formalizar as histórias.

Pensa ainda em digitalizar todas elas, uma vez que a menina escreve a punho, mas somente de caneta preta. Esta é a única exigência de Sofia antes de passar as ideias para o papel. “Tenho medo de perdermos esses cadernos e, com eles, todas as histórias”, pondera a mãe.

Futuro

As novas histórias de Sofia, por exemplo, têm como personagens bebês da vida real, sejam eles parentes dela ou filhos de vizinhos. Nas tiras, os bebês são independentes e todos têm uma profissão. É como se Sofia previsse um futuro para cada um deles.

Assim, baseando-se nas brincadeiras que observa no dia a dia das outras crianças, ela escolhe uma determinada profissão: bombeiro, cozinheiro, jardineiro, produtor de moda e por aí vai. A menina fala com convicção sobre suas ideias e deixa o pensamento fluir. Ela, simplesmente, vai falando, falando, enquanto a mãe escuta, atentamente, sem interromper ou emitir opiniões.

Eu quero ser escritora e cartunista. Eu já criei outros personagens: ‘João Miguel e seus amiguinhos’. João Miguel é o nome do meu irmão”

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