Armas sob controle

Suíça aprova maior controle de armas e evita embate com UE

Proposta inicial da UE provocou protesto porque significou a proibição da tradição suíça de ex-soldados manterem seus fuzis de assalto

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
(Armas de fogo)

ZURIQUE/GENEBRA - Os eleitores suíços concordaram neste domingo, por uma margem de quase dois para um, com a adoção de controles mais rígidos para armas, em linha com mudanças nas regras da União Europeia (UE), evitando assim confronto com Bruxelas.

A medida foi aprovada em referendo sob o sistema suíço de democracia direta por uma margem de 64% a 36%, mostraram resultados finais, mas ainda passíveis de ajustes.

As restrições - que se aplicam à Suíça porque o país faz parte de um sistema de fronteiras abertas sob o Tratado de Schengen, mesmo não sendo membro da União Europeia (UE) - provocaram controvérsias entre os entusiastas de tiro antes da votação.

Não adotar as regras poderia ter forçado a Suíça a deixar o Tratado de Schengen e o sistema conjunto de Dublin para lidar com pedidos de refúgio. Depois que militantes mataram dezenas de pessoas em Paris em 2015, a UE endureceu em 2017 as leis contra a compra de fuzis semiautomáticos, como os usados ​​nesses ataques, e facilitou o rastreamento de armas em bancos de dados nacionais.

A proposta inicial da UE provocou protesto porque significou a proibição da tradição suíça de ex-soldados manterem seus fuzis de assalto.

Autoridades suíças negociaram concessões para veteranos e entusiastas de armas que participam dos inúmeros clubes de tiro do país, mas quaisquer restrições importadas da UE vão longe demais para ativistas de direita preocupados com a soberania suíça.

“Para mim, as novas obrigações ligadas à posse de armas não são tão restritivas, enquanto o risco de não se beneficiar das vantagens de Schengen é muito real”, disse um funcionário de banco que se nomeou apenas como Philippe.

“Não tem nada a ver com chantagem, apenas a Suíça tem que se alinhar com um sistema do qual participa.”

Defensores dos direitos às armas reclamaram que as regras poderiam desarmar os cidadãos cumpridores da lei e impactar a herança e identidade nacionais da Suíça, que inclui uma população armada.

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