Artigo

Universidades, luzeiros do saber (III)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Outro aspecto que vale a pena ressaltar no papel desempenhado pelas universidades é o que alia empreendedorismo, tecnologia e valorização de nossa gente, de nossa cultura.

Como diz o João do Vale, se todo mundo canta sua terra, também vou cantar a minha, e no caso, a Universidade Federal do Maranhão como uma das precursoras na valorização dessas áreas a que referi no primeiro parágrafo. Entre as diversas conquistas de nossa gestão, à frente da Universidade Federal do Maranhão, ressalto a inauguração do Centro de Empreendedorismo e Inovação do Campus do Bacanga, oferecendo a oportunidade para implantação das empresas juniores e incubadoras. Com o centro, que dispõe de laboratórios qualificados, os estudantes têm todas as possibilidades de criar mecanismos tecnológicos para o desenvolvimento do Estado e do país.

A entrega atendeu a um sonho antigo da comunidade acadêmica, pois, desde a década de 90, alunos e professores já reivindicavam essa conquista. Comungamos do entendimento que a Universidade Federal do Maranhão, além de ser um centro de referência em Ensino, Pesquisa e Extensão, também acredita e incentiva a vocação daqueles que sonham em enveredar pelo caminho do próprio negócio e serem geradores de emprego e renda. Não por acaso, a UFMA foi a primeira universidade do país a ter uma empresa júnior de turismo e é referência nos serviços prestados à população maranhense.

Trabalhamos com afinco para estruturar, no Campus do Bacanga, também um curso superior regular em Libras, que tem colhido resultados expressivos. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é considerada língua por ser composta por diversos níveis linguísticos, com estruturas e expressões próprias. A linguagem foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no país, em 24 de abril de 2002, quando foi sancionada a Lei nº 10.436. O curso superior em Libras teve sua aula inaugural em 2 de abril de 2015, visando não apenas formar, mas, sobretudo, oferecer inclusão e hoje comemora resultados expressivos.

Merecedor de destaque ainda é a Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros, que visa abranger mais do que seus próprios alunos, uma vez que foi forjada para agregar toda a comunidade universitária, ao disponibilizar uma série de eventos, oficinas e cursos extracurriculares. Trata-se da culminância de uma escalada crescente de iniciativas de inclusão nessa área, pois o nosso curso de Bacharelado em História foi um dos primeiros do país a oferecer a disciplina “História da África”. A UFMA também se destaca por ser uma das primeiras universidades do país a adotar a política de cotas para negros, índios, pessoas com deficiência e egressos da escola pública, que foi implementada, em 2007; além de atender estudantes africanos, através de programas internacionais de cooperação, licenciaturas interdisciplinares em vários campi do interior para formar educadores; sem contar a adoção, por parte de grupos e linhas de pesquisa das diversas pós-graduações, de temas ligados às relações raciais na sociedade brasileira.

Acredito que uma universidade que sonha em ostentar o título de inclusiva e pioneira deverá necessariamente observar esses caminhos que apontei, com as histórias vencedoras que a Universidade Federal do Maranhão já coleciona, principalmente pelo grau de acessibilidade a que a UFMA atingiu em 2015.

Natalino Salgado Filho

Médico, doutor em Nefrologia, ex-reitor da UFMA, membro da ANM, da AML, da AMM, Sobrames e do IHGMA

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