SÃO LUÍS- Quando recebi a missão da direção de O Estado de encabeçar, juntamente com a editora de Cidades, Ana Coaracy, as pautas especiais – escritas anteriormente pelo competente jornalista Jock Dean – não tinha a menor ideia de onde estava me metendo. E antes que você pense que lerá reclamações, entenda que falar sobre aspectos curiosos e pouco conhecidos da capital maranhense foi (e é), antes de tudo, um desafio.
Cada pauta recebida era não somente uma tarefa, mas uma possibilidade de eu mesmo como repórter me submeter a uma aula. Nenhum tema não levou a uma reflexão sobre o passado para entender o presente e criar perspectivas acerca do futuro.

Uma das reportagens dos tempos de especial mais fantásticas foi referente aos antigos sorveteiros de caixa. É daquelas pautas que você recebe e pensa: “O que vou falar de um grupo de sorveteiros que [pensava eu] não existe mais?”. Pra minha enorme surpresa (e tapa na cara), foi uma das reportagens mais reveladores e interessantes da série. Não somente existe SIM ainda um grupo que produz e revende a delícia típica da cidade como há clientes fiéis ao produto gelado.

Pesquisa
Outras reportagens também superaram às expectativas e se revelaram em verdadeiras investigações. Saber se a foto revelada por pesquisador carioca de Ana Jansen era verdadeira de fato foi uma busca pelas origens de uma das personagens mais peculiares da história maranhense. Ouvi familiares da antiga comerciante e dona de escravos que, apesar da imagem de tirana, revelou-se também uma mulher quebradora de paradigmas da então sociedade local.

Foi possível, durante este tempo de especiais, também revelar aspectos pouco conhecidos de ruas (do Passeio, Grande), praças (Deodoro), mercados (Central), falar sobre bairros tradicionais (Filipinho, Liberdade, Anjo da Guarda) e dar vez e voz a uma gente que, de um jeito simples, conta histórias que até então somente estavam reservadas nos diálogos informais da nossa São Luís.

Contando com fiéis colaboradores – Euges Lima, Antônio Guimarães, Ramssés Silva, Herbert Santos (e tantos outros a quem peço desculpas de antemão pelo esquecimento) – pude contar fatos fundamentados em documentos, expôr fotos (algumas delas raríssimas) e até mesmo desmistificar certos dogmas ainda existentes.

Ao conviver na redação e poder comemorar com os demais colegas os 60 anos de O Estado, considero uma honra poder contar estes acontecimentos históricos em um canal usado para informar por grandes jornalistas do Maranhão. A todos que, de alguma forma colaboram com o nosso trabalho, o meu sincero muito obrigado!

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