Reforma da Previdência

Para Maia, governo aprova Previdência somente "se não se omitir"

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que o Poder Executivo ainda está "um pouco desorganizado"; CCJ aprovou na noite da terça-feira, 23, a admissibilidade constitucional da reforma proposta pelo Governo Bolsonaro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Rodrigo Maia criticou omissão do Poder Executivo no debate da Reforma da Previdência na CCJ
Rodrigo Maia criticou omissão do Poder Executivo no debate da Reforma da Previdência na CCJ (Rodrigo Maia)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou no início da madrugada desta quarta-feira (24) que o governo precisa participar mais da articulação política para garantir a aprovação da reforma da Previdência. Para Maia, o Poder Executivo "não pode se omitir" e ainda está "um pouco desorganizado".

Maia deu a declaração em entrevista à GloboNews, logo após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ter aprovado a admissibilidade da reforma, ou seja, dar aval à tramitação da proposta. A partir de agora, caberá a uma comissão especial discutir o tema e, depois, ao plenário da Câmara.

"Mas, daqui para frente, a gente precisa do governo. A gente precisa que o governo dialogue, que o governo participe mais e que o governo tenha o que cada um dos deputados teve aqui, muita energia e muita vontade de aprovar esse tema, que vai garantir no futuro o pagamento das aposentadorias dos brasileiros", acrescentou o presidente da Câmara.

A proposta seguirá para comissão especial, que deverá ser instalada ainda esta semana, segundo o presidente da Casa. Maia disse ainda que é preciso que os líderes partidários indiquem os representantes para a comissão especial.

Sobre os votos que o governo precisa para aprovar a reforma nas próximas etapas, disse que o Poder Executivo ainda precisa montar a base aliada.

"Hoje, o governo não tem votos para aprovar nem essa matéria e nem nenhuma outra matéria polêmica. [...] A gente precisa que o governo tenha uma base. [...] Nós vivemos numa democracia e a decisão de hoje reafirma nossa democracia: a Câmara forte, a Câmara votando independente do governo. Mas chega uma hora que é fundamental o governo participar. O governo não pode se omitir numa votação tão importante como essa. Só encaminhar o projeto não resolve o problema", acrescentou o presidente da Câmara, em outro trecho da entrevista.

Análise

A análise sobre o conteúdo da reforma começará a partir de agora com criação de uma comissão especial na Câmara; discussão e votação da proposta na comissão; discussão e votação da proposta no plenário da Câmara, em dois turnos; em caso de aprovação, envio da reforma ao Senado.

Como será cada etapa?

  • Criação da comissão especial - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve assinar ainda nesta quarta-feira (24) o ato de criação da comissão especial. Deste ato, vai constar o número de integrantes titulares e suplentes; Caberá à comissão especial debater o mérito da proposta, ou seja, discutir efetivamente o conteúdo da reforma enviada pelo governo ao Congresso; A criação da comissão precisa ser lida no plenário da Câmara. A partir da leitura, os líderes partidários deverão indicar os nomes dos integrantes do grupo.
  • Discussão e votação na comissão especial - A partir do momento em que houver a indicação de metade mais um dos integrantes, a comissão já poderá ser instalada, com eleição de presidente e vice-presidente. Caberá ao presidente eleito da comissão especial indicar o relator da proposta; A comissão especial terá até 40 sessões para realizar os trabalhos. As primeiras 10 sessões servirão para os parlamentares apresentarem emendas que podem modificar o texto. A partir da 11ª sessão, o relator poderá apresentar o parecer; O relatório, então, deverá ser votado pelos integrantes da comissão especial.
  • Discussão e votação no plenário da Câmara - O texto a ser aprovado pela comissão especial será enviado ao plenário da Câmara; Por se tratar de uma emenda à Constituição, a proposta será submetida a dois turnos de votação e só será aprovada se, nas duas votações, tiver os votos de pelo menos três quintos dos deputados: 308 dos 513; Se aprovada, a reforma seguirá para análise do Senado.

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