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Hora de comemorar, a Páscoa

Roberto Veloso, juiz federal, ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil - Ajufe

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Em um momento de grande tribulação, com mandados de busca e apreensão expedidos de ofício por ministro do Supremo Tribunal Federal, com a Procuradoria Geral da República determinando arquivamento de inquérito antes de ter vistas dele e suicídio de presidente do Peru em razão da acusação de participação no esquema de propina da Obedrecht, é difícil termos motivos para comemorar.

A ausência desses motivos se dá porque o homem se afasta de Deus e procura resolver tudo de sua própria maneira, com as suas forças, sem entregar-se à vontade soberana do criador. Não à toa está escrito: Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que Ele escolheu para sua herança.

Em todos os momentos devemos estar com os nossos corações entregues a Deus, e, em uma ocasião em que se celebra a páscoa, é hora de voltarmos nossos pensamentos para o sacrifício, morte e ressurreição de Jesus Cristo, por que esse acontecimento representa liberdade e quantos não estão a necessitar dela.

Liberdade porque o surgimento da páscoa se deu quando o povo judeu estava escravizado no Egito. Segundo a Bíblia, Deus determinou a Moisés que, no décimo dia do primeiro mês, cada família escolhesse um cordeiro sem defeito e o guardasse durante quatro dias em casa. No décimo quarto dia, o cordeiro deveria ser sacrificado e comido com pães sem fermento e ervas amargas.

O sangue do cordeiro deveria ser passado nas laterais e nas vigas superiores das portas das casas nas quais o animal seria comido, porque o Senhor passaria pelo Egito naquela noite e aniquilaria todos os primogênitos, com exceção das residências onde houvesse o sangue nas portas.

E assim foi feito, naquela mesma noite o Senhor cumpriu a promessa e todos os primogênitos foram mortos, excetuados os do povo judeus. Faraó mandou chamar Moisés e autorizou a libertação do povo depois de 430 anos de escravidão, sob um jugo cruel e impiedoso. Deus então determinou que a páscoa instituída fosse celebrada perpetuamente, como sinal de agradecimento ao poder de Deus na libertação do povo.

Todo o sacrifício, morte e ressurreição de Jesus Cristo ocorreram há 2.000 anos em plena páscoa judaica. E tudo aconteceu para que entendessem que Ele é o cordeiro de Deus. Toda a cronologia do que se chama paixão de Cristo sucedeu de acordo com o relatado no capítulo 12 do Livro de Êxodo.

Jesus entrou em Jerusalém no décimo dia do primeiro mês, o que se conhece como Domingo de Ramos, e durante quatro dias ficou em Jerusalém, simbolizando a casa da família judaica no Egito. Na noite em que foi traído por Judas Iscariotes, participou da ceia com os discípulos, celebrando a páscoa.

Jesus foi sacrificado como o cordeiro e no terceiro dia ressuscitou. Não se tratava mais da escravidão a que estava submetido o povo judeu no Egito e o sangue do cordeiro libertou. Agora, trata-se da espiritual. A escravidão do pecado, que aflige a alma. Em razão do sacrifício de Jesus, comemoramos a páscoa. Não mais pela saída do Egito, mas por nos possibilitar a libertação espiritual e a vida eterna.

A páscoa não é apenas uma época em que se trocam ovos de chocolates e come-se peixe, o seu significado é muito maior. Jesus Cristo se ofereceu em sacrifício por nos amar profundamente. Celebrar a páscoa é reconhecer que a Sua morte e ressurreição se deram para propiciar a salvação a todos os que Nele creem.

Jesus está vivo. Ele ressuscitou. Vive para nos propiciar a libertação. Aleluia. Vamos celebrar.

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