COLUNA

A chuva é a vilã

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

O período chuvoso no Maranhão sempre foi um diferencial. Por ter características geográficas que passam pelo Nordeste e também pelo Norte, o estado tem potenciais naturais que vão desde um litoral invejável até áreas de vegetação e manguezal que favorecem o turismo, a agricultura e a pesca, por exemplo.
No entanto, na República do Maranhão de Flávio Dino – desde 2015 proclamada – o período chuvoso passou a ser um vilão. As chuvas são as culpadas pelos buracos na MA-315, dos alagamentos e deslizamentos na Ilha de São Luís, pelas estradas vicinais que estão um lamaçal e agora o rompimento da Estrada do Arroz, em Imperatriz.
Um fenômeno da natureza, que tem período certo para ocorrer no estado, é o grande adversário do governo de Flávio Dino. Sem qualquer cerimônia, o comunista disse que nunca antes na história do estado choveu tanto e, por isso, os problemas enfrentados agora.
Ou seja, as obras do governo comunista não foram feitas para o período chuvoso, mesmo custando muito. A Estrada do Arroz, por exemplo, levou dos cofres públicos mais de R$ 55 milhões. Ela foi entregue faz dois anos. Mas rompeu-se e, agora, quem precisa atravessar a via usa uma retroescavadeira. A MA-315 é mais nova. Entregue em janeiro, tem alagamento e coleção de buracos.
Neste último caso, já existe uma ação popular cobrando o gasto de mais de R$ 11 milhões pagos pela via.
É necessário que outras ações cheguem à Justiça para cobrar também as obras malfeitas. Se o Ministério Público Estadual funcionasse com rigor na República do Maranhão, talvez as cobranças devidas ao Executivo fossem feitas.

E a Caema?
Há outros culpados pelos buracos, na visão do governador Flávio Dino. O comunista não poupou os prefeitos, mesmo os aliados como o de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT).
Dino disse que buraqueiras nas cidades são responsabilidade dos prefeitos. No entanto, o que o governador esqueceu de citar é que a Caema, órgão estadual, também tem culpa por muitos buracos.
A empresa costuma fazer serviços e não tapar os buracos que faz. Um exemplo são as ruas do bairro Renascença, em São Luís, que tiveram trabalho da Caema recentemente e, agora, os moradores sofrem com os buracos.

Devedores
A Câmara Municipal de São Luís aprovou requerimento que solicita a lista de devedores de impostos ao Município.
A intenção é saber quem são os 100 maiores inadimplentes de impostos municipais na capital. A solicitação é do vereador Raimundo Penha (PDT).
Seria interessante saber ainda quais são os mecanismos que a gestão municipal vem usando para fazer a cobrança. Há denúncias de que débito de grandes empresas prescreveram.

Título
A jornalista Eveline Cunha, chefe de Redação da TV Mirante, será homenageada na Câmara de Vereadores de São Luís.
Ela, que é natural de Fortaleza (CE), receberá o título de Cidadã de São Luís, por proposição do vereador Raimundo Penha (PDT).
A Sessão Solene de entrega do título acontecerá nesta sexta-feira (5), às 10h, no Plenário da Casa.

Incoerentes
Não houve na Assembleia Legislativa manifestações dos deputados governistas reclamando da obra da MA-315.
Já em relação às obras da BR-135, que, na teoria não é da competência dos deputados estaduais, os parlamentares ocuparam tempos e tempos na tribuna para reclamar do desperdício do dinheiro público.
Sobre a MA-315, o que os governistas fizeram foi reclamar das chuvas e das dunas. Sobre o desperdício do dinheiro público, não houve qualquer comentário.

Acionada de novo
A suplente de senadora, Suely Pereira, ex-prefeita de Matões, foi acionada mais uma vez pelo Ministério Público por atos de improbidade administrativa.
A ex-gestora, que é mãe do secretário de Cidades de Flávio Dino, Rubens Júnior (PCdoB), é acusada pelo MP de fraudes em licitação para aquisição de alimentos para a merenda escolar.
Além da condenação por improbidade, o MP pede ainda a indisponibilidade dos bens de Suely Pereira.

História antiga
A história de investigar desembargadores no Maranhão pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) não é uma novidade no Judiciário.
Na época da circular da Polícia Militar (PM) para fichar adversários do governador Flávio Dino, “que pudessem causar embaraços nas eleições”, também foi determinado fichar juízes e promotores.
A determinação não teve qualquer reação das entidades ligadas aos magistrados e aos membros do Ministério Público.

DE OLHO

R$ 1,8 milhão é o valor já gasto, em 2019, com pagamento de diárias no governo de Flávio Dino.

E MAIS

• Sobre as denúncias do delegado Thiago Bardal, o secretário de Segurança, Jefferson Portela, ainda não conseguiu explicar se determinou ou não a investigação contra os desembargadores.

• O Governo do Estado tem mais 48 horas para se manifestar sobre ação popular que contesta obra da MA-315.

• O prazo foi estabelecido pelo juiz Douglas Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.

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