Entrevista

Roberto Rocha: Sem reforma, Previdência pode inviabilizar o país

Senador é mais um parlamentar maranhense que apóia mudanças no sistema de aposentadoria; Governo Federal tem a reforma como prioridade em 2019

Gilbeto Léda/da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Rocha, em entrevista ao programa Ponto Final da Mirante AM, falou ainda sobre ser líder do PSDB no Senado
Rocha, em entrevista ao programa Ponto Final da Mirante AM, falou ainda sobre ser líder do PSDB no Senado (Roberto Rocha)

Gilberto Léda
Da editoria de Política

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) defendeu ontem, em entrevista ao Programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, a aprovação de novas regras para a Previdência Social brasileira. Segundo ele, o sistema atual, deficitário, tenta a inviabilizar não apenas as próprias aposentadorias em alguns anos, mas as próprias gestões públicas, em todas as esferas.
Para ele, de outro lado, a aprovação da reforma será um vetor de crescimento econômico para o país.
“Na hora em que o Brasil, ainda no primeiro semestre, se for possível, aprovar a Reforma da Previdência, esse país cresce mais ou menos o que vai crescer o mundo, em 2019: 3,5%. Isso significa que a arrecadação tributária cresce 10%, porque pra cada 1% de crescimento do PIB, cresce 3% a arrecadação tributária”, destacou.
De acordo com o tucano, o Brasil precisa mudar seu atual sistema previdenciário, sob pena de, em alguns anos, toda a arrecadação estar comprometida apenas com pensões e aposentadorias.
“Nós precisamos disso. Nós, brasileiros. Ninguém vai conseguir governar nada, daqui a mais quatro anos, se as reformas não forem feitas. Todo o dinheiro do Brasil vai ser pra pagar a previdência. E não haverá mais dinheiro sequer pra pagar folhas de funcionários”, concluiu.

Atuação
Líder do PSDB no Senado, o parlamentar maranhense também falou sobre sua atuação na Casa. Ele foi forte articulador da eleição do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) à presidência.
Roberto Rocha também está à frente da Corregedoria do Senado e conduz as investigações acerca do processo eleitoral ocorrido no dia 2 de fevereiro. “Foi uma eleição muito acirrada e cheia de polêmicas, com cenas lamentáveis que deixaram o senado ruim perante a opinião pública e que a população cobra uma resposta”, analisou o senador, que afirmou, está com todas as imagens da votação.
“As imagens já se encontram conosco em HD, são muitas horas de imagens. E a equipe do meu gabinete se debruçou no final de semana pra ver. Após checar essas imagens, voto a voto, nós vamos pegar o testemunho daqueles que participaram da mesa, sejam senadores ou servidores, para esclarecimento do caso. Penso que nós teremos que fazer uma investigação mais profunda em um ou dois votos”, informou.

Sem dificuldades
Questionado sobre o posicionamento do seu partido diante do governo de Jair Bolsonaro (PSL), Rocha afirmou que não haverá dificuldades, considerando que a agenda prioritária da bancada tucana, no momento, é a mesma do atual governo.
“Temos uma agenda prioritária que é a agenda econômica. Precisamos destravar a economia, fazer o país retomar o crescimento econômico. Não há possibilidade de gerar emprego se a economia não crescer. Emprego é a maior obra social. Na medida em que você promove o desenvolvimento econômico, você, claro, gera emprego”, constatou o parlamentar.

Deputado também vê Reforma como “necessidade”

A opinião do senador Roberto Rocha (PSDB) sobre a Reforma da Previdência vai ao encontro do que disse na semana passada, em entrevista exclusiva a O Estado, o deputado federal João Marcelo (MDB).
Segundo o parlamentar, há uma necessidade para que as regras para a aposentadoria sofram mudanças já que o sistema atual não conseguirá ser mantido no futuro.
“Nós vamos esperar para saber como este projeto vai chegar na Câmara e como será construído. O certo é que a crise da previdência está cada vez mais batendo a porta dos brasileiros de forma que fica inviável não fazer uma reforma. Eu tenho estudo esta matéria desde a época da Dilma [Rousseff] e do governo Temer também. A preocupação deve quais mudanças que serão propostas”, afirmou.

Insegurança
Mesmo diante da necessidade, de acordo com o emedebista, nesta nova legislatura há uma insegurança para promover mudanças nas atuais regras para aposentadoria. E, ainda segundo João Marcelo, isto leva a uma resistência dos parlamentares em votar a proposta.
“Há muita resistência porque é uma matéria indigesta assim como foi a reforma trabalhista. Porque a impressão para alguns deputados e para a população é que serão retirados direitos já que sabemos que a intenção é aumentar a idade e o tempo de contribuição e as pessoas querem manter como ocorre hoje, mas há um débito da previdência já com participação no PIB”, destacou.

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