Saúde

Governo estadual revoga portaria que normatiza atendimento à gestante

Medida, publicada no Diário Oficial do Estado em janeiro, pode provocar impacto no atendimento às gestantes das Macrorregionais de Caxias e Imperatriz

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Portaria assinada por Carlos Lula foi publicada dia 21 deste mês no DOE
Portaria assinada por Carlos Lula foi publicada dia 21 deste mês no DOE (Carlos Lula)

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, revogou a Portaria 246/2018, que instituía o Mapa de Vinculação do Componente Parto e Nascimento da Rede Cegonha e que normatizava os critérios de admissão hospitalar, encaminhamentos e remoções de mulheres gestantes no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para todo o estado nas Macrorregionais de Caxias e Imperatriz.
A medida, que deve provocar impacto imediato no atendimento às mulheres gestantes, está publicada na edição eletrônica do Diário Oficial do Estado do dia 21 deste mês.
A portaria revogada definia o Mapa de Vinculação do Parto e Nascimento como instrumento que ordenava o fluxo de movimentação de referência de gestantes que necessitavam “de assistência no momento do parto e em situações durante o pré-natal, de intercorrência clínica cuja relevância exigisse atendimento de urgência e/ou emergência em nível hospitalar”.
O programa estava vinculado à Rede Cegonha - do Ministério da Saúde -, que tem por objetivo implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
No portal do Ministério da Saú­de, é destacado que a estratégia [Rede Cegonha] tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no país e deve ser implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional.
No Maranhão, contudo, a Secretaria de Estado da Saúde revogou a portaria que regulamentava o serviço nas regionais de Imperatriz e Caxias.
O Estado entrou em contato com o prefeito da cidade de Imperatriz, Assis Ramos, e perguntou se ele havia recebido alguma informação a respeito da revogação de portaria do Estado que regulamentava o atendimento à gestante no município. Ele disse que não tinha conhecimento a respeito do tema e que verificaria.

Mortalidade infantil
No início do mês, O Estado divulgou o resultado do estudo Desafios da Gestão Estadual (DGE) 2018, realizado pela Macroplan, que classificou o Maranhão na 24ª posição no ranking geral nos indicadores de saúde pública. O estudo mostrava que o baixo desempenho do estado foi atestado em três principais aspectos: expectativa de vida, mortalidade infantil e taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis.
No que diz respeito à mortalidade infantil, o Maranhão ficou na 22ª posição, à frente apenas de Roraima, Amazonas, Rio Grande do Norte, Goiás e Rio de Janeiro.
Pelo relatório, mais de 50% dos óbitos no Maranhão ocorrem na fase Neonatal Precoce. Outra fatia considerável dos óbitos acontecem na fase Pós-neonatal e a menor faixa ocorrem na fase Neonatal Tardia.
O levantamento também apon­ta que parte considerável dos óbitos registrados no Maranhão na fase infantil acontece por causas evitáveis.

Outro lado

A SES informa que um novo Mapa será instituído, em substituição ao anterior. A SES comunica que o novo texto receberá adequações em conformidade a atualizações técnicas, sob análise de uma equipe multiprofissional. A secretaria ressalta, ainda, que a revogação do documento em nada altera o atendimento já garantido às gestantes nas unidades do SUS do Maranhão.

Maranhão tem elevada
taxa de óbitos prematuros

O estado do Maranhão tem elevada taxa de óbitos prematuros por doenças crônicas não transmissíveis. É o que atesta o Desafios da Gestão Estadual (DGE) 2018, realizado pela Macroplan, e que classificou o Maranhão na 24ª posição no ranking geral nos indicadores de saúde pública.
Pelo levantamento, o Maranhão ocupa a 13ª posição neste aspecto, com uma elevação da taxa nos últimos anos. A taxa do Maranhão é de 254,4.
DCNT
De acordo com o relatório, em 2016 o país registrou 527,1 mil óbitos na população entre 30 e 69 anos. Desses, 56% (ou 301,4 mil) foram causados por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
O número equivale a uma taxa de 296 óbitos por 100 mil habitantes na mesma faixa etária. Entre os óbitos por DCNT, 84% devem-se a neoplasias ou doenças cardiovasculares. A taxa do Maranhão [254,4], portanto, quan­do comparada com a nacional, é elevada e próxima do teto analisado pelo indicador.
O Maranhão apresentou no DGE 2018, baixo desempenho em três principais aspectos: expectativa de vida, mortalidade infantil e taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis. l

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