Covid-19

Inquérito sobre compra de respiradores pelo Consórcio NE vai ao STJ

Processo relacionado a Operação Ragnorock, que investiga suposta fraude na compra de respiradores pelos governadores, será analisado pelo STJ

Gilberto Léda/ a editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Polícia Civil da Bahia fez a operação e prendeu envolvidos no suposto esquema de compra de respiradores
Polícia Civil da Bahia fez a operação e prendeu envolvidos no suposto esquema de compra de respiradores (Polícia Civil BA)

O processo relacionado à Operação Ragnarock, que investiga suposta fraude na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste, foi encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Cabe à Corte, em função do foro privilegiado, processar e julgar governadores.

Antes, a ação tramitava no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em virtude de a presidência do colegiado de governadores ser exercida pelo chefe do Executivo baiano, Rui Costa (PT).

Segundo investigação da Polícia Civil da Bahia, a HempCare Pharma, contratada pelo consórcio, deixou de entregar 300 respiradores, no valor de R$ 48,7 milhões, pagos antecipadamente. Sediada em Araraquara, a empresa foi contratada para intermediar a compra dos respiradores fabricados na China e garantir o seu transporte até o Brasil.

Do total, o Governo do Maranhão pagou, também de forma antecipada, aproximadamente R$ 4,9 milhões.

Ação popular

Nesta semana, o deputado federal Edilázio Júnior (PSD) protocolou, na 21ª Vara Cível de Brasília, ação popular, com pedido de liminar, para que o Estado do Maranhão, o Consórcio Nordeste e a HempCare sejam obrigados a devolver aos cofres públicos o valor que o governo Flávio Dino (PCdoB) repassou ao colegiado de governadores nordestinos. Ele pede, também, que os réus sejam obrigados a pagar dano moral coletivo de igual valor. O dinheiro deve ser repassado ao Fundo Estadual de Saúde.

Para Edilázio, faltou lisur a o processo de aquisição do material. No total, o Consórcio Nordeste pagou quase R$ 50 milhões à empresa.

“Os fatos e as provas atestam a ausência de lisura na gestão do patrimônio público e a prática de ato ilícito , ao realizar adiantamento do pagamento mesmo sem ter o recebimento dos respiradores, o que não se coaduna com os princípios mais básicos do direito administrativo e do que s e entenda por aquisição idônea”, destaca o deputado.

Ele acrescenta que o caso é ainda mais grave quando analisado no contexto da pandemia do novo coronavírus, em que vários maranhenses infectados “agonizam nos hospitais” principalmente em virtude da falta de equipamentos como ventiladores mecânicos.

Mais

Polícia fez prisão

Por conta da fraude, três pessoas já foram presas no dia 1º de junho, pela Polícia Civil da Bahia, no âmbito da Operação Ragnarok. Dois mandados de prisão foram cumpridos no Distrito Federal, e um no Rio de Janeiro. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em São Paulo e na Bahia. Além disso, mais de 150 contas bancárias vinculadas ao grupo HempCare foram bloqueadas por determinação judicial.

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