Investigação

Davinópolis: concluído inquérito que apurou a morte de Ivanildo Paiva

Assassinato do prefeito, segundo a polícia, já está elucidado com o indiciamento de seis pessoas que estão presas, entre elas o vice-prefeito de Davinópolis, José Rubem Firme

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Seis envolvidos no assassinato do prefeito Ivanildo Paiva
Seis envolvidos no assassinato do prefeito Ivanildo Paiva

IMPERATRIZ - A Polícia Civil tem prazo de até a próxima quinta-feira, 17, para encaminhar ao Poder Judiciário o inquérito policial concluído sobre o assassinato do prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva, ocorrido no dia 10 de novembro do ano passado. De acordo com a polícia, cerca de R$ 200 mil foi o valor cobrado pelos executores desse crime e interesses de cunho político como também econômico teriam sido a motivação. Até o momento, seis pessoas estão presas suspeitas desse assassinato.

Entre os presos estão o vice-prefeito do município, José Rubem Firme; os policiais militares Francisco de Assis Bezerra, o Tita; e Willame Nascimento Silva; e ainda o empresário José Antônio Messias, o mecânico José Denilson Feitosa Guimarães, o Boca Rica, e Douglas Silva Barbosa. Ainda segundo a polícia, na última quarta-feira, eles tiveram a prisão temporária convertida em preventiva por meio do Poder Judiciário.

Força tarefa

A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) montou uma força tarefa para investigar esse crime sob a coordenação dos delegados Praxíteles Martins, Jeffrey Furtado e Gustavo Tavares. O delegado regional de Imperatriz, Eduardo Galvão, que também está acompanhando esse caso, definiu a morte de Ivanildo Paiva como um homicídio mercenário cuja ação é metodicamente planejada, tendo o mandante e o executor.

Eduardo Galvão informou que os suspeitos conheciam o roteiro da vítima. O prefeito tinha costume de passar o fim de semana em sua chácara, no povoado Jussara, zona rural de Davinópolis. Ainda no dia 10 de novembro do ano passado, homens foram até a residência desse gestor municipal e teriam perguntado ao caseiro, onde encontrariam terras naquela região para comprar. Eles chegaram a pedir informações sobre o paradeiro de Ivanildo Paiva.

Na manhã seguinte, o caseiro não encontrou o prefeito e achou marcas de sangue pela residência. O delegado também informou que a vítima e os acusados travaram luta corporal na chácara e, logo depois o prefeito foi levado para a área de matagal onde ocorreu a execução, no povoado Jussara, zona rural de Davinópolis. O corpo da vítima foi encontrado no dia seguinte com perfurações de sete tiros e com as mãos e os pés amarrados.

Investigação

O delegado Praxíteles Martins declarou que até o próximo dia 17 vai encaminhar o inquérito policial para a Justiça e com a autoria e envolvidos definidos. “Trabalhamos nesse caso mais de um mês, mas foi esclarecido e com envolvidos presos por ordem judicial”, afirmou Praxíteles Martins.

Ele informou que no decorrer da investigação mais de 20 pessoas foram ouvidas na sede da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoas de Imperatriz e foram realizados, ainda, pelos peritos do Instituto de Criminalística (Icrim), vários exames periciais feitos no corpo da vítima. Além disso, a polícia chegou até mesmo a divulgar o retrato falado dos prováveis executores desse crime.

O delegado disse que ainda na semana passada prestaram depoimentos mais vez, José Antônio Messias e Rubem Firmo, para esclarecer alguns pontos sobre o caso. Durante o trabalho investigativo ficou constatado que Rubem Firme e o empresário Messias são suspeitos de serem os mandantes desse crime, com motivação de cunho político e econômico. “Rubem Firme está falido e tinha até mesmo vendido a sua própria residência, em Davinópolis, por um valor de R$ 80 mil”, explicou Praxíteles Martins.

Ainda segundo o delegado, o mecânico José Denilson teria contratado por aproximadamente R$ 200 mil os militares Francisco de Assis e Willame Silva para assassinarem o prefeito Ivanildo Paiva. Quanto a Douglas Silva, ele teria emprestado um veículo aos executores. “Estamos, no momento, trabalhando na fase de conclusão desse inquérito. Vai ser feito o relatório final e, logo depois, o encaminharemos ao Poder Judiciário”, diss Praxíteles Martins.

“Trabalhamos nesse caso mais de um mês, mas foi esclarecido e com envolvidos presos por ordem judicial”.Delegado Praxíteles Martins, da Homicídio

Entenda

Os suspeitos do assassinato de Ivanildo Paiva

José Rubem Firme: vice-prefeito de Davinópolis e estava falido. Almejava administrar a cidade, segundo a polícia, para adquirir bens e teria ordenado o assassinato de Ivanildo Paiva.

José Antônio Messias: empresário em Davinópolis e amigo de José Rubem. Suspeito de ser o mandante desse crime.

José Denilson Feitosa Guimarães: acusado de contratar os executores.

Douglas Silva Barbosa: emprestou um veículo para ser utilizado no dia da morte do prefeito.

Francisco de Assis Bezerra Soares: policial militar do estado do Pará e suspeito de executar o prefeito.

Willame Nascimento Silva: sargento da Polícia Militar do Maranhão e acusado de ter efetuado o tiro na vítima.

Número

6

é o número de pessoas presas sob acusação de envolvimento na morte do prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva

Saiba mais

Outros crimes

Além da morte de Ivanildo Paiva, a polícia também registrou a execução de mais cinco políticos do Maranhão nos últimos três anos. No dia 2 de janeiro do ano passado foi assassinado a golpes de faca o vereador de Apicum-Açu, Jorge Cunha, que segundo a polícia, teria negado uma quantia de R$ 2,00 ao suspeito, nome não revelado. A outra vítima foi o ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim, que foi morto no dia 6 de dezembro de 2017, nessa cidade. Também foi assassinado o vereador de Governador Nunes Freire, Antônio Kleidson Rodrigues Costa, o Kedson Rodrigues, de 28 anos. Ele foi assassinado a golpes de faca, na cidade de Turilândia, no dia 25 de agosto de 2017. No dia 15 de abril desse ano foi morto a tiros o vereador de Anajatuba Miguel Sampaio Soares, na cidade de Santa Rita. Em 2016, a polícia registrou a execução do vereador de Governador Nunes Freire, Esmilton Pereira dos Santos, de 45 anos, nas proximidades de sua residência, naquela cidade.

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