SÃO LUÍS - A Associação dos Médicos dos Socorrões I e II denuncia grande descaso que está acontecendo nos corredores das duas unidade de saúde. São dezenas de pacientes que esperam por atendimento e por um leito. Corredores lotados, incapacidade estrutural e funcional de atender tantos pacientes, piora da qualidade o atendimento prestado e vidas perdidas têm se tornando uma situação comum nos hospitais.
Em entrevista para a TV Mirante, o presidente de Honra da Associação dos Médicos dos Socorrões I e II, Érico Cantanhede, afirmou que “o que está acontecendo nas unidades é um verdadeiro extermínio silencioso. Nas últimas semanas, um grande número de pacientes do interior está vindo buscar tratamento na capital por falta de saúde pública em suas localidades”.
Segundo os médicos, o Governo do Maranhão adotou uma medida de corte de gastos que vem afetando a saúde, com médicos e especialidades sendo cortadas de hospitais regionais e macrorregionais. Com isso, os pacientes dessas regiões procuram atendimento nas unidades Socorrão I e II na capital.
Cantanhede diz que cerca de 60% dos pacientes que ocupam as unidades do Socorrão hoje são oriundos do interior do Maranhão. “Os hospitais estão normalmente cheios, essa é uma realidade. Mas isso vem piorando, principalmente nas últimas semanas, depois desse corte de gastos”, declarou.
Em entrevista ao JMTV 1ª edição de ontem (13), o médico Allan Roberto reforça que as prefeituras dos municípios maranhenses são responsáveis com a situação vista em São Luís. “A falta de uma saúde básica, de uma saúde preventiva nessas cidades, acarreta esse grande problema para a capital. Há casos que, se houvesse investimento também por parte das prefeituras, poderiam ser solucionados nos municípios”, assinalou.
Demissões
A Associação dos Médicos dos Socorrões I e II, por meio de nota, afirma que nos últimos dias o Governo do Estado do Maranhão realizou demissões em massa de médicos de UPAs e de hospitais regionais e macrorregionais do interior, ocasionando essa sobrecarga aos atendimentos dos Socorrões. Neste cenário, a atual greve de vigilantes torna a situação ainda mais preocupante, por não se ter garantias da ordem em ambos hospitais.
O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís para saber se a lotação dos Socorrões tem de fato ligação com os pacientes vindos do interior, mas, até o fechamento desta edição, mão houve resposta. Questionado sobre a situação das unidades de saúde, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informou que o atendimento prossegue de modo regular aos pacientes das Unidades de Pronto Atendimento ( UPA) e nos hospitais de alta complexidade pertencentes à rede estadual de saúde. A SES também afirma que, após a inauguração do Hospital de Ortopedia e Traumatologia do Maranhão (HTO), mais de três mil cirurgias foram realizadas, priorizando pacientes do Socorrão II.
A equipe de O Estado esteve na unidade do Socorrão I, na Rua das Cajazeiras, Centro, porém não foi autorizada nenhuma imagem interna do local, apenas apenas através dos vidros.
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