O Hospital Socorrão I deixou de ofertar exames laboratoriais de sangue considerados fundamentais para tratamento de pacientes. O Estado manteve contato com fontes de dentro da unidade de saúde e constatou que pelo menos 10 tipos de exames estão indisponíveis. Entre os principais estão procedimentos para saber sobre taxas de enzimas de fígado, entre outros.
Ainda de acordo com funcionários do local que preferiram não ser identificados, o Socorrão I está com o serviço ausente há mais de duas semanas. Além da verificação das taxas de fígado, outros exames, como o CK-MB e a Troponina (responsáveis pelo monitoramento dos batimentos cardíacos), não estão disponíveis.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) confirmou o problema e afirmou que deverá ser solucionado nos próximos dias. De acordo com a pasta, alguns exames, como TGO e TGP, já estão disponíveis.
Enquanto isso, pacientes que dão entrada no local precisam custear a emissão dos procedimentos por conta própria. Alguns deles fazem uso da rede privada para ter acesso aos exames.
Funcionários do Socorrão I informaram ainda que não é a primeira vez que o centro de saúde passa pelo problema. Nenhum membro da direção do Socorrão I foi localizado para falar sobre o assunto.
Outros problemas
Além da ausência do serviço de exames laboratoriais, o Socorrão I registra outros problemas, entre eles a superlotação e a carência de materiais básicos, como luvas e ataduras.
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Sobre a superlotação, a Prefeitura de São Luís informou que o problema “é pontual” e se refere apenas a um horário de atendimento em que é feita internamente uma espécie de “triagem” dos pacientes.
De acordo com dados da Semus, da demanda do Socorrão I, 62,5% são oriundos do interior do estado. Apesar dos problemas do Socorrão I, segundo a pasta municipal, o Socorrão II (Hospital Clementino Moura) recebeu avaliação positiva, em outubro deste ano.
Denúncia
Em outubro deste ano, o Conselho Regional de Medicina (CRM) encaminhou ao Município um ofício pedindo providências para uma série de problemas no Socorrão I, entre eles a ausência de medicamentos.
Dados do Fundo Nacional de Saúde (FNS) mostram que a capital maranhense recebeu, somente este ano, R$ 270.356.085,87 para a execução de projetos em setores como assistência farmacêutica, atenção básica, gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), vigilância em saúde e média e alta complexidade. Somente no mês de novembro, foram R$ 24.912.281,64.
SAIBA MAIS
Total de fundos recebidos pela saúde municipal: R$ 270.356.085,87
Orçamento recebido pelo Município do Governo Federal em novembro deste ano: R$ 24.912.281,64
Fonte: Fundo Nacional de Saúde (FNS)
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