Atendimento

Macas continuam nos corredores do Socorrão I

Atendimentos acontecem em espaços inadequados; idosos e pacientes graves também ficam nos corredores da unidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
PACIENTES permanecem em macas em um dos corredores do hospital municipal
PACIENTES permanecem em macas em um dos corredores do hospital municipal (maca no corredor)

SÃO LUÍS - Ao contrário do que é amplamente divulgado pela Prefeitura de São Luís, os corredores do Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, localizado no centro de São Luís, ainda estão repletos de pacientes deitados em macas. Dessa forma, as pessoas, que já estão enfermas, não têm o atendimento adequado e podem ter o estado agravado.

Na manhã de ontem, um paciente da unidade de saúde encaminhou um vídeo para O Estado que mostrava outros pacientes em macas nos corredores do hospital, sem nenhum conforto, o que contribui para que a situação deles piore.
Na gravação, feita na noite de quarta-feira, dia 10, pacientes idosos, que necessitam de mais cuidados por causa da idade avançada, e aqueles em estado grave estavam em cima das macas nos corredores. Os acompanhantes também estavam mal acomodados, sentados em cadeiras de plástico e outros tipos de assentos.

Pela quantidade de roupas que os acompanhantes traziam, os pacientes estavam nas macas há vários dias, o que contesta a informação divulgada meses atrás pela Prefeitura, de que os pacientes ficam no local apenas durante a triagem e depois são encaminhados para as enfermarias e leitos. Na manhã de ontem, O Estado esteve no Socorrão I e constatou a presença das macas nos corredores.

Ações
O Socorrão I já esteve no centro de diversas polêmicas por causa de precariedade no atendimento. Uma das últimas aconteceu em outubro do ano passado, em que o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Abdon Murad, encaminhou um ofício da titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Helena Duailibe, informando da falta de materiais básicos, cirúrgicos e de higiene nos Socorrões I e II, este último localizado na Santa Efigênia. No fim do documento, são pedidas providências para os problemas.

A Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Saúde também já ajuizou várias ações públicas pedindo que a Prefeitura de São Luís melhorasse o atendimento oferecido nos Socorrões I e II, que são as principais unidades de urgência e emergência da cidade.

Dessas ações, a mais antiga é do ano de 1999, requerendo que o Município fizesse melhorias no Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I. A mais nova é de 2015, que requer ainda melhorias no Socorrão II. Ao longo desses anos, os problemas persistiram: enfermarias lotadas, pacientes atendidos em macas espalhadas pelos corredores, muitas outras ainda à espera de atendimento, entre várias irregularidades.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) explicou que eventuais situações de demora no atendimento aos pacientes no Socorrão I devem-se ao aumento da demanda na rede de urgência e emergência do município, que realiza o atendimento a todos os pacientes que buscam o hospital, de acordo com a classificação de risco.

SAIBA MAIS

O Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) começou a funcionar em 1972, mas só passou a integrar a rede municipal de saúde em 1982, quando foi doado pela Cruz Vermelha Brasileira à Prefeitura de São Luís. A unidade recebe, em média, 12 mil atendimentos mensais, em urgências clínicas, cirúrgicas, ortopédicas, neurológicas e neurocirúrgicas com pacientes da capital e do interior do estado.

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