Sob suspeita

ONU vai investigar a morte de opositor venezuelano

Em apuração por parte do Ministério Público da Venezuela, órgão afirma que Fernando Àlban se suicidou; partido discorda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Fernando Àlban, vereador e opositor venezuelano, morreu na segunda-feira,8; partido alega homicídio
Fernando Àlban, vereador e opositor venezuelano, morreu na segunda-feira,8; partido alega homicídio (Reuters/Caracas)

CARACAS - O Alto Comissariado para Refugiados (Acnur) da ONU declarou, em entrevista coletiva ontem, que investigará a morte do opositor venezuelano Fernando Àlban. A porta-voz do Acnur, Ravina Shamdasani, explicou que a morte do vereador será um dos assuntos da investigação sobre a violação de direitos humanos da organização.

A morte do opositor venezuelano , vereador pelo partido Primeira Justiça, na cidade de Caracas, aconteceu na última segunda-feira,8, na Sede de Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). Àlban foi preso na sexta-feira,5, no aeroporto Símon Bolivar, por ser suspeito de participar de um atentado malsucedido com drones contra o presidente Nicolás Maduro, ocorrido no dia 4 de agosto.

O Ministério Público venezuelano abriu investigação sobre o ocorrido e afirma que Àlban se suicidou. O ministro do Interior e Justiça, Néstor Reverol, afirma que o vereador se jogou por uma das janelas enquanto aguardava por seu julgamento na sala de espera do Sebin. Já Tarek Saab, promotor geral da Venezuela , afirmou ao canal de televisão estatal do país que Albán pediu para ir ao banheiro e de lá se jogou do décimo andar.

O partido Primeira Justiça acredita que se trata de assassinato. “Com profundo pesar e sede de justiça nos dirigimos ao povo da Venezuela, especialmente aos membros do Primeira Justiça de todo o país, para informar que o vereador Fernando Albán morreu assassinado nas mãos do regime de Nicolás Maduro no Sebin da praça da Venezuela”, afirmou em um comunicado.

Abusos

Na última sessão, ocorrida no fim de setembro, o Conselho de Direitos Humanos adotou uma resolução que pede que o Acnur investigue os abusos e atentados a liberdade individual cometidas na Venezuela. Segundo a porta-voz, foi pedido o acesso ao país, mas sem resposta até o momento.

Ravina afirmou a EFE que a ONU não está preocupada apenas com a sua morte, mas também com o fato de Àlban não ter sido apresentado a um juiz em suas primeiras 48 horas no Sabin, como é estabelecido pela lei venezuelana. Ela ainda ressalta que Àlban estava sob custódia do Estado, que era quem tinha responsabilidade por sua segurança e integridade e não a cumpriu.

Muitos dos presos por suposta participação no atentado pertencem a esse mesmo partido de oposição. O opositor venezuelano , Fernando Àlban, é o terceiro preso político a morrer nas instalações do Sebin desde 2015. Porém, Maduro nega que existam pessoas detidas por motivos políticos e afirma que os direitos humanos não são violados no país.

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