Caso Hamilton

Polícia precisa de mais 30 dias para apurar homicídio

Jovem com deficiência mental foi baleado e morto em sua residência, em abordagem policial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Hamilton César
Hamilton César (Hamilton)

Maranhão - A Polícia Civil vai precisar de mais 30 dias para apurar a morte de Hamilton César Lima Bandeira, de 23 anos, e existe a possibilidade de ser realizada a reprodução simulada dos fatos. De acordo com a polícia, o jovem com deficiência mental foi morto a tiros dentro de sua residência, em Presidente Dutra, no dia 17 de junho deste ano, por policiais civis.

O inquérito que apura o caso foi instaurado na Delegacia Regional de Presidente Dutra, mas passou a ser investigado por uma força tarefa, composta pelos delegados da Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP) e da Superintendência de Com bate a Corrupção (Seccor), após determinação da cúpula da Secretaria de Segurança Pública.

O superintendente da Polícia Civil do Interior, delegado Guilherme Campelo, declarou que o trabalho investigativo terminaria nesta quarta-feira, 20, mas foi solicitado ao Poder Judiciário mais 30 dias para concluir a investigação. Até o momento, a polícia ouviu 24 testemunhas. Entre elas, moradores, o médico que atendeu a vítima, familiares e moradores da cidade.

Campelo contou que houve a necessidade de pedir a prorrogação do prazo das investigações devido os policiais não terem tido ainda acesso ao resultado dos exames periciais que foram feitos pela Polícia Técnica. Os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) já realizaram a perícia no local onde ocorreu o crime e na semana passada ocorreu a exumação do corpo da vítima.

Ele também contou que a polícia está no aguardo dos exames periciais e, em seguida, iniciar a reprodução dos fatos simulados para retirar todas as dúvidas sobre o que aconteceu na ação que acabou resultando na morte do jovem.

Campelo disse que não adianta querer correr muito com a investigação e não trazer um resultado satisfatório. “Acredito que pela experiência dos investigadores e dos delegados envolvidos no caso, inclusive, são de outras superintendências, vão encerrar os trabalhos quando puderem dar uma resposta coesa e concisa para a população”, frisou o delegado.

O perito oficial do Estado, Miguel Alves, afirmou que se houver uma bala identificada durante a reprodução dos fatos vai poder identificar o autor desse disparo. “Havendo projeteis sendo recuperados, pois, não haverá prejuízo no confronto balístico para a identificação da autoria da produção do tiro”, esclareceu Miguel Alves.

Versões
Existem duas versões para a morte do jovem Hamilton César. A polícia informou que os policiais civis de Presidente Dutra receberam uma denúncia de moradores dizendo que ele estaria fazendo ameaças e apologia ao crime, que tinha como referência o homicida Lázaro Barbosa, criminoso foi morto em confronto com a polícia, na cidade de Águas Lindas de Goiás, localizada em entorno do Distrito Federal.

Os policiais civis foram ameaçados pelo jovem que estava de posse de uma faca. Ao tentar conter Hamilton César, eles atiraram contra o jovem, que morreu antes de ser submetido a tratamento cirúrgico, no hospital da cidade.

Essa versão está sendo contestada pelos familiares do jovem, que disse à polícia que Hamilton César tinha deficiência mental e não era agressivo. Durante a abordagem policial, ele não usava nenhuma arma branca. Os policiais civis chegaram ao local atirando e uma das balas atingiu o jovem. Todo o ato teria sido presenciado pelo avô da vítima, uma pessoa idosa.

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