Telma Lopes, cenógrafa por 20 anos da Rede Globo

Paixão pelas artes plásticas

A maranhense trabalhou por mais de 20 anos na Fábrica de Cenários da Rede Globo e, agora, após retornar a São Luís, quer compartilhar seu conhecimento com os conterrâneos

Evandro Jr. / O Estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Telma Lopes, após a aposentadoria, está de volta ao Maranhão
Telma Lopes, após a aposentadoria, está de volta ao Maranhão (Telma Lopes cenógrafa aposentada Rede Globo)

SÃO LUÍS - “A experiência foi como cursar uma faculdade”. A frase é da artista plástica maranhense Telma Lopes, que por mais de 20 anos integrou a equipe de base da Fábrica de Cenários da Rede Globo, onde trabalhou com pintura artística para a composição de cenários de novelas, programas e minisséries as mais diversas. Agora aposentada, ela decidiu retornar ao Maranhão, pois quer dividir tudo o que aprendeu com os conterrâneos. Na próxima terça-feira (18), Telma apresentará a exposição “Folhas do Tempo”, uma releitura de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), com vernissage às 9h, na Galeria do Sesc.

Telma Lopes mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 1980, quando decidiu estudar na Escola de Belas Artes. Em São Luís, ela já integrava o Departamento de Artes Plásticas do Laborarte, mas queria se aprofundar e alçar voos mais altos. Depois de desembarcar na Cidade Maravilhosa e, após muito estudo, teve seu currículo aprovado pela Rede Globo.

“Foi um desafio e tanto, pois a Globo é uma empresa de grande porte e era preciso passar segurança e conhecimento do meu trabalho. Mas, consegui e lá fiquei. Quando vi, já estava botando a mão na massa. Para mim, foi algo prazeroso, pois sou apaixonada pelo que faço”, conta.

Na Fábrica de Cenários, éramos cerca de 20 funcionários, sendo apenas quatro mulheres. Eu era uma delas”

A artista plástica passou a ser uma das mãos talentosas da “fábrica de sonhos” chamada Rede Globo. Um trabalho primoroso e do qual ela se orgulha. Durante o tempo em que passou no Rio, a maranhense fez exposições (inclusive na emissora) e ainda se engajou em um trabalho paralelo com crianças carentes da comunidade Novo Palmares, onde ministrava oficinas de artes plásticas.

“No Rio, eu também tinha um contato permanente com a Casa do Maranhão, onde também cheguei a expor meus trabalhos. Adoro a minha terra e me sinto feliz em retornar e poder fazer algo por aqui. Sinto a necessidade de compartilhar o meu conhecimento e a experiência que obtive com o meu trabalho no Sudeste”, revela.

Orgânica

Nascida na cidade balneária de São José de Ribamar, Telma começa a mostrar o seu talento em São Luís a partir de uma exposição orgânica, na qual ela apresenta quadros com colagens montadas e desenhadas, que misturam 21 personagens populares dos quadros de Jean-Baptiste Debret, artista francês que morou no Brasil entre 1817 a 1831.

As imagens são criadas com folhas de árvores que, por meio da técnica, adquirem textura parecida com a da madeira. Prevalecem as cores sépias, com tonalidades em gradações marrons, avermelhadas e amarelas.

Estou muito feliz com essa exposição, pois é a minha primeira experiência aqui”

O trabalho de Telma Lopes é poético desde a matéria-prima, pois ela recolhe folhas que caem das árvores no outono e as leva para o seu ateliê. “Esse trabalho foi todo produzido no Rio, onde eu mantinha um ateliê. E tudo isso eu pretendo dar continuidade aqui. Mas também estou produzindo outra série, com outra temática. Quero experimentar outras coisas e compartilhar bastante conhecimento e aprender ainda mais com os meus conterrâneos”, afirma.

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