Editorial

Por uma boa causa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Recente pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde aponta que a obesidade é uma realidade para 18,9% dos brasileiros. Já o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). Este diagnóstico revela um grave problema de saúde pública que, a cada ano, assume maior relevância devido aos problemas causados, desde a hipertensão, diabetes, colesterol elevado, infarto, acidente vascular cerebral e até câncer.

Com base nessas e outras informações, o Ministério abriu uma enquete pública para elaborar o primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tratamento de casos de obesidade e sobrepeso. O documento poderá receber contribuições de representantes da sociedade civil e profissionais de saúde até nesta terça-feira, 11.

Estudos apontam que a mudança de hábitos alimentares é necessária para reduzir esses índices de obesidade e sobrepeso. E a política pública quer incentivar as pessoas a comerem melhor, de forma a prevenir e controlar a obesidade e o sobrepeso no país, além de garantir mais segurança e efetividade clínica e científica aos profissionais de saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma das doenças que mais tem crescido nos últimos anos em nível global. Os índices de obesidade e sobrepeso quase triplicaram desde 1975. Em todo o mundo, existem pelo menos 650 milhões de obesos. No Brasil, um em cada cinco pessoas estão obesas e mais da metade da população das capitais estão com excesso de peso. Com consequência, o impacto sobre o SUS também tem crescido. Em 2012, a rede pública realizou pouco mais de mil cirurgias bariátricas e reparadoras de pacientes obesos. O número de intervenções subiu para 8,1 mil, em 2016, segundo o Ministério da Saúde.

Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi quase o dobro da média nas demais faixas etárias (60%). O crescimento foi menor nas faixas de 45 a 54 anos (45%), 55 a 64 anos (26%) e acima de 65 anos (26%). No mesmo período, o sobrepeso foi ampliado em 26,8%. Esse movimento foi maior também entre os mais jovens (56%), seguidos pelas faixas de 25 a 34 anos (33%), 35 a 44 anos (25%) e 65 anos ou mais (14%).

O alerta é geral. Considerando que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia convocou a participação de endocrinologistas na elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. A Associação Brasileira de Nutrologia também se manifestou favorável à contribuição dos nutrólogos para elaborar o protocolo, devido à preocupação com a gravidade e o aumento da doença na população.

Uma das demandas é a volta de medicamentos de baixo custo que auxiliavam no tratamento da obesidade e foram retirados do mercado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Ministério da Saúde explicou que a enquete garante a participação popular desde a primeira etapa do processo de elaboração do protocolo, que ainda deve passar por consulta pública para deliberação final.

Portanto, é preciso mudar a realidade das mesas dos brasileiros: menos fast food e mais comidas frescas e atividade física.

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