Cadernos das propinas

Cristina Kirchner volta a tribunal para testemunhar em caso de suborno

Senadora e ex-presidente é investigada em caso de supostos subornos de importantes empresários para obter contratos de obras públicas entre 2005 e 2015

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

BUENOS AIRES - Cristina Kirchner, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, compareceu ontem novamente ante os tribunais para testemunhar no caso de suborno conhecido como "Cadernos das propinas", que já levou a operações de busca e apreensão em três residências suas.

O escândalo investigado envolve supostos subornos de importantes empresários para obter contratos de obras públicas entre 2005 e 2015 – durante a presidência de Néstor Kirchner, morto em 2010, e a de sua mulher, Cristina Kirchner.

De acordo com a agência France Presse, a senadora chegou ao tribunal minutos antes das 11h da manhã (o mesmo em Brasília), horário marcado pelo juiz federal Claudio Bonadio, e permaneceu no tribunal por meia hora.

Em um texto que entregou ao juiz Bonadio e publicou em seu site, reiterou sua participação no esquema e denunciou "gravíssimas irregularidades" na causa.

"Reitero minha negativa categórica e rigorosa de ter feito parte de algum tipo de associação ilícita, bem como de ter cometido algum crime", afirma no texto.

"A investigação deliberadamente dirigida contra mim, apesar de ter destruído todas e cada uma das garantias que fazem o devido processo legal, não conseguiu sequer uma prova mínima para comprovar os crimes que são caluniosamente atribuídos a mim", acrescentou.

Neste domingo, Kirchner postou em sua conta no Twitter que iria ao tribunal e pediu que seus apoiadores não se manifestassem.

"Vou ao tribunal de Bonadío pela sétima vez. Já sabem, não se mobilizem. Ponham sua energia em defender a universidade e a saúde pública, a ciência e a tecnologia e ajudar aqueles que estão passando por dificuldades, que infelizmente não são muito poucos em nosso país hoje", escreveu Kirchner.

Kirchner, de 65 anos e que governou a Argentina entre 2007 e 2015, já havia comparecido em 13 de agosto a uma primeira sessão de interrogatório no tribuna. Na ocasião, ficou em silêncio e entregou um documento para pedir a nulidade do processo.

A ex-presidente, da corrente de centro esquerda do peronismo, considera que o caso faz parte de um complô que pretende proscrevê-la da política.

Como senadora, Cristina Kirchner conta com foro privilegiado que impede a sua detenção, embora possa ser denunciada e condenada.

Na semana passada, e após autorização do Parlamento, suas três residências em Buenos Aires e nas localidades de Río Gallegos e El Calafate, na Patagônia (sul), foram revistadas por ordem do juiz Bonadio.

Além disso, Kirchner tem abertos outros cinco processos judiciais por suposta corrupção e por encobrir iranianos no ataque à mutual judaica AMIA.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.