Ex-segurança

Parlamentares da França derrubam moção de censura

Rejeição em plenário era esperada, mas votação pressiona o presidente francês a dar explicações sobre o caso envolvendo Benalla

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

PARIS - A Assembleia Nacional da França rejeitou ontem as duas moções de censura apresentadas contra o presidente Emmanuel Macronpor causa do escândalo envolvendo o ex-segurança presidencial Alexandre Benalla. A rejeição de um possível processo de demissão de Macron era esperada, mas a decisão deve forçá-lo a dar explicações públicas sobre o caso.

O partido do presidente Emmanuel Macron, A República em Marcha, derrubou ambas as moções graças à sua maioria absoluta.

A primeira foi apresentada pelo principal partido opositor, Os Republicanos (centro-direita). Os 143 votos a favor recebidos da oposição conservadora, dos esquerdistas da França Insubmissa e dos comunistas não foram suficientes para alcançar a maioria absoluta necessária, estabelecida em 289 deputados.

Entre esses 143 votos também figuram os de 11 deputados não inscritos, entre eles o da líder ultranacionalista Marine Le Pen, que apoiou a moção.

No entanto, os socialistas, impulsores da segunda moção da jornada, não apoiaram a que foi lançada pelos conservadores.

A segunda moção teve 74 votos a favor, conforme anunciou a vice-presidente da Assembleia, Annie Genevard. Os Republicanos, impulsores da primeira, devolveram a moeda aos socialistas e não votaram por esta última proposta.

As moções de censura são uma resposta ao escândalo gerado depois que o jornal "Le Monde" revelou, em 18 de julho, que um ex-chefe de segurança de Macron, Alexandre Benalla, bateu em manifestantes enquanto se fazia passar por policial durante os protestos de 1º de Maio.

E se fossem aprovadas?

Se, por uma surpresa, as moções fossem aprovadas, o governo Macron poderia cair. No entanto, o instrumento é geralmente utilizado pelos partidos de oposição para forçar que o presidente ou seus ministros se expliquem sobre escândalos ou propostas.

Segundo a agência RFI, houve mais de 100 moções apresentadas desde o início da Quinta República na França, em 1958. Somente uma foi adotada, em 1962, provocando uma crise no governo do então presidente Charles de Gaulle e do primeiro-ministro à época, Georges Pompidou.

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