Editorial

Convivendo com o perigo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

Julho é o mês de férias escolares. Neste período cresce a procura das pessoas por espaços de lazer. Entre as opções, poderiam constar nos roteiros de férias, os passeios em parques públicos, proporcionando às famílias também o contato com a natureza. No entanto, apesar da beleza e da riqueza ecológica desses locais, os ludovicenses e os turistas têm se afastado deles, devido à crescente violência na capital maranhense que transformou esses locais, que poderiam ser de lazer, em palco de medo para os seus frequentadores.

Na edição de fim de semana de O Estado, reportagem especial da editoria de Polícia trouxe um alerta para os frequentadores da Reserva do Itapiracó. Antes bem frequentado por famílias e praticantes de atividades físicas, o espaço tem se transformado em cenário para o medo, com a ocorrência de assaltos e também de ações de violência sexual.

No ano passado cinco mulheres denunciaram que foram vítimas de estupros naquele parque. Neste ano, dois casos já foram registrados. Segundo o mapeamento divulgado pela polícia, as vítimas foram abordadas enquanto faziam atividades físicas. As abordagens não acontecem somente à noite, mas também durante o dia. Agressões físicas e humilhação são presentes nos relatos das vítimas. Para identificar o perfil dos crimes, foi feita em uma ação conjunta entre a Delegacia Especial da Mulher e o Batalhão Ambiental da Polícia Militar, na qual foi possível identificar três pontos dentro da área da Reserva do Itapiracó, onde acontece maior incidência dos crimes e serão intensificadas ações de fiscalizações.

A Reserva do Itapiracó, lamentavelmente não é um problema isolado em relação aos espaços públicos em São Luís. Outros locais que poderiam ser utilizados para atividades de lazer próximas à natureza têm servido apenas como pano de fundo para atos de violência.

Na terça-feira da semana passada, um caso chocante mais uma vez mostrou a vulnerabilidade do sistema de segurança pública na capital. Um casal foi abordado por cinco assaltantes na Rua dos Afogados, no Centro de São Luís. Os dois foram levados para a área de Reserva Ambiental conhecida como Quinta do Diamante, onde sofreram diversos tipos de violência física, os bandidos levaram o carro para cometer outros assaltos, mas depois foram presos pela polícia.

A Quinta do Diamante é considerada a área de maior verde na região central da cidade, com aproximadamente três hectares de área total. Porém, essa beleza natural não é contemplada e a sensação de insegurança já é velha conhecida da população ludovicense.

Em abril deste ano, O Estado denunciou em reportagem, a insegurança das pessoas que moram próximo à Quinta do Diamante, no entanto, apesar do alerta e apelo dos moradores, o espaço continua servindo de cenário para a violência urbana, onde acontecem episódios trágicos como o ocorrido na última terça-feira.

É preciso uma ação séria e comprometida do poder público para cuidar da segurança da cidade, especificamente em áreas públicas. Não é possível que a população siga sendo refém do medo, sem poder aproveitar as belezas da cidade.

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