PARIS - O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou ontem que a França "não deixará que surja uma nova forma de 'Selva' em Calais", referindo-se ao enorme acampamento informal de migrantes desmantelado há mais de um ano nesta cidade do norte do país.
"Em nenhum caso, vamos permitir que uma nova 'Selva'' seja formada" em Calais, disse Macron em visita a esta emblemática cidade portuária da crise migratória na Europa, na qual o presidente defendeu sua política migratória.
"Tudo está sendo feito para tornar a passagem ilegal em Calais [para o Reino Unido] impossível", acrescentou Macron em um discurso às forças policiais. O presidente também pediu uma "política europeia coerente" e enfatizou as "inconsistências" da política europeia de asilo, cujas consequências são sentidas "em vários casos" em Calais.
Ele também criticou o sistema de Dublim, segundo o qual o país competente para determinar se deve ou não dar asilo a um refugiado é aquele em que as impressões digitais do refugiado foram tomadas pela primeira vez.
O sistema de Dublin "está cheio de inconsistências, mas, em qualquer caso, atualmente não é satisfatório", disse.
Acolhimento
Macron também visitou um centro de acolhimento de migrantes em Croisilles (norte), que recentemente abriu suas portas para acomodar estrangeiros que aguardam uma decisão administrativa sobre sua situação.
Acompanhado por quatro de seus ministros, incluindo o ministro do Interior, Gérard Collomb, e a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, o chefe de Estado francês também se reuniu com eleitos locais, atores econômicos e associações que ajudam os migrantes.
A situação no principal porto francês onde se cruza o Canal da Mancha é menos crítica do que 14 meses atrás, antes do fechamento da "Selva", que chegou a ter 8.000 migrantes.
Entre 350 e 500 migrantes, de acordo com o Estado, permanecem em Calais, onde vivem em condições difíceis. A maioria vem de países como Etiópia, Eritreia e Afeganistão.
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