Troca de ameaças

Apesar de ameaça no Twitter, Trump não tem ‘botão nuclear’

Caso decida ordenar um ataque nuclear, presidente dos EUA precisa transmitir códigos a militares do Pentágono. Cartão com instruções secretas é carregado por Donald Trump o tempo todo em todos os lugares onde ele estiver

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Donald Trump não possui botão nuclear, mas tem um complexo sistema para autorizar um ataque
Donald Trump não possui botão nuclear, mas tem um complexo sistema para autorizar um ataque (Donald Trump deverá anunciar nesta quarta a mudança da embaixada dos EUA)

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, se vangloriou por possuir um maior e mais poderoso “botão nuclear” do que o líder norte-coreano Kim Jong-un – mas Trump não tem realmente um botão físico.

O tuíte da noite de terça,2, foi uma resposta ao discurso de Ano Novo de Kim, no qual ele repetiu ferozes ameaças nucleares aos Estados Unidos. Kim disse que tem um “botão nuclear” na mesa de seu gabinete e alertou que “todo o território dos EUA está ao alcance de nosso ataque nuclear”.

Trump zombou da afirmação, escrevendo: ‘Alguém de seu regime abatido e sem alimentos pode avisá-lo que eu também tenho um botão nuclear, mas é um muito maior e mais poderoso que o dele. E o meu botão funciona!’ Mas, apesar de aumentar a tensão, Trump não possui um botão nuclear de verdade.

Ataque nuclear

O processo de lançamento de um ataque nuclear pelos EUA é secreto e complexo e envolve o uso de uma chamada ‘bola de futebol’ nuclear que é carregada por um grupo rotativo de militares em todos os lugares onde o presidente vai e que é equipada com ferramentas de comunicação e planos de guerra.

Se o presidente decidisse ordenar um ataque, ele se identificaria aos militares no Pentágono com códigos que só ele possui. Esses códigos são gravados em um cartão conhecido como o “biscoito”, que é carregado pelo presidente o tempo todo. Só então ele transmitiria a ordem de lançamento ao Pentágono e ao Comando Estratégico, sem pressionar qualquer botão específico.

Segurança da Coreia

Em seu discurso de Ando Novo, Kim Jong-un destacou, porém, que só apertaria o botão nuclear, se a segurança da Coreia do Norte estivesse ameaçada e se disse disposto a conversar com a Coreia do Sul.

Ele informou, por exemplo, que considera enviar uma delegação de atletas para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, que serão sediados no país vizinho, em Fevereiro.

A Coreia do Sul sempre defendeu que a participação da Coreia do Norte nos Jogos ajudaria a aliviar a tensão entre os dois países.

Sanções

A Coreia do Norte foi alvo constante de críticas e sanções no ano passado, por seu programa nuclear e os testes com mísseis que realizou.

Kim Jong-un conduziu seis testes em 2017 que demonstraram os avanços tecnológicos das armas nucleares norte-coreanas.

Em novembro, foi lançado o Hwasong-15, que voou 900 km e alcançou 4 mil km de altitude, o que representa a maior altura atingida até hoje por um projétil norte-coreano.

A Coreia do Norte alega que já têm um arsenal nuclear completo e pronto para ser utilizado, embora ainda haja ceticismo internacional sobre a verdadeira capacidade de o país lançar um ataque efetivo

Mais

Trump mentiu 1950 vezes

Quase próximo de completar um ano na presidência dos EUA, um projeto realizado pelo jornal Washington Post revelou que Donald Trump, até a última terça-feira,2, mentiu 1950 vezes. De acordo com o WP, ele chegou a contar 5,6 mentiras por dia, durante seus 347 dias de mandato, chamando seus discursos de “falsos e enganosos”. A Ansa destacou algumas dessas declarações, como por exemplo, a opinião sobre a Russiagate e o Obamacare.

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