Novos tópicos relevantes - V

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Os profissionais da ciência econômica e leitores interessados no assunto devem estar lembrados de Milton Friedman (1912-2006), prêmio Nobel de 1976, apologista do livre mercado e naturalmente contra a intervenção do Estado no domínio econômico; embora influenciado por John Maynard Keynes (1883-1946), “liderou o desafio no pós-guerra” às ideias do mestre, que preconizava o papel dos governos “em ajudar economias capitalistas durante períodos de recessão e em evitar que momentos de boom explodissem em inflação alta”.
Pois bem, agora, o filho de Milton, Daniel Friedman (jornal Valor econômico, edição de 29/11/2017), apresenta-se como seu herdeiro ao fazer a “defesa radical do setor privado até em serviços como a polícia”, pelo que tem recebido duras críticas de acadêmicos e especialistas.
Pessoalmente, como regra geral, sou de opinião que ao Estado devem estar reservados os setores estratégicos e de segurança nacional; atualmente, reconheço, esse posicionamento ganhou novas interpretações levando a formas derivadas de gestão, algumas ainda sob a supervisão do poder público.
O surgimento das criptomoedas - e sua mais do que rápida inserção entre opções de investimento -, como se não bastassem os chamados derivativos tradicionais, vem causando estupefação no mercado financeiro em função da rentabilidade proporcionada, que sobe vertiginosamente, mas pode despencar de uma hora para outra; sua emissão não é regulada e, portanto, sem segurança, não é lastreada e sua liquidez é discutida.
Agora, além do mercado à vista, as grandes corretoras (em Nova York, ainda em 1980, tive oportunidade de visitar algumas dessas maiores e conhecer suas estratégias, quando os mercados financeiro e de capitais, no Brasil, engatinhavam) desejam negociar o bitcoin, por exemplo, a futuro, contrárias às opiniões dos maiores bancos do mundo que dizem não estar o sistema financeiro suficientemente preparado (jornal Valor Econômico, edição de 8/12/2017).
Os problemas dessas moedas são os riscos envolvidos pela falta dos requisitos referidos (falta de regulação comprometendo liquidez, segurança e rentabilidade); quando estudei sobre risco e retorno dos investimentos, na FGV-SP, aprendi que esses riscos podem ser diversificados à exceção de um deles: o risco de mercado.
Por incrível que possa parecer, entretanto, apesar dessas limitações, tem gente que prefere buscar o lucro fácil, porém arrisca-se a perder tudo: “investidor que aprecia risco poderá fazer apostas alavancadas na moeda digital; e contrato futuro deve trazer ainda mais volatilidade para o bitcoin” (jornal Valor Econômico, edição de 9, 10 e 11/12/2017).
“Futuro de bitcoin tem estreia com disparada e ‘circuit breaker’, forçando uma grande bolsa de derivativos dos EUA a suspender as negociações por duas vezes, enquanto Wall Street tenta aproveitar a onda de interesse pela controvertida moeda digital” (jornal Valor Econômico, edição de 12/12/2017).
A tecnologia tem dessas coisas e o sistema financeiro agradece inovações que possam diminuir seus custos operacionais, como dizem acontecerá com a utilização das criptomoedas.

Antônio Augusto Ribeiro Brandão
Economista, membro da Academia Caxiense de Letras e do IWA, em Toledo, Ohio, USA, fundador da Academia Ludovicense de Letras

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.