Bruno Tomé Fonseca, procurador do Estado, escritor e professor

Entre o Direito e a literatura

O maranhense é aglutinador de saberes e, com maestria, consegue realizar um trabalho exemplar; ele integrará a Academia Ludovicense de Letras

Evandro Jr. / O Estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Bruno Tomé Fonseca busca integrar o Direito e a literatura
Bruno Tomé Fonseca busca integrar o Direito e a literatura

Admirador de tudo aquilo que se produz no ambiente das academias literárias, o advogado, professor universitário, escritor e procurador do Estado Bruno Tomé Fonseca acaba de ascender um degrau no mundo das letras. Dividido entre o fazer jurídico e a literatura, ele agora vai encarar um deleitoso desafio: assumir a cadeira nº 28 na Academia Ludovicense de Letras, cuja posse acontecerá no mês de dezembro.

Na solenidade, fará um caprichado discurso de homenagem ao patrono, Astolfo Serra, que foi poeta, escritor, jornalista, político e advogado. Além disso, tal como o procurador, Serra também era um inconformado com as injustiças sociais.

Harmonioso, cuidadoso com as palavras e diplomático em tudo o que faz, Bruno Tomé está ansioso para juntar sua pena a dos outros intelectuais. “Principalmente, pelo fato de nunca ter participado de um colegiado como esse, com nomes de alto gabarito. É, sem dúvida, uma grande responsabilidade”, diz.

O procurador Bruno Tomé Fonseca com a mulher, Layla, e o filho, Davi
O procurador Bruno Tomé Fonseca com a mulher, Layla, e o filho, Davi

Mas, quem conhece a trajetória do advogado-escritor, sabe que ele vai tirar de letra. Aluno esforçado, estudioso e engajado dos colégios Marista e Reino Infantil, Bruno Tomé Fonseca sempre fora um leitor voraz e um estudante sonhador e criativo. Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), foi acadêmico debatedor, questionador e curioso, e dirigiu sem freios pelas estradas que o levaram à vitória nas batalhas do conhecimento.

Paralelamente, chegou a enveredar pela poesia, mas foi na prosa que encontrou fértil terreno para regar e expandir sua inteligência. Algo claro e evidente, também, nos livros que escreveu e nos textos publicados eventualmente em edições de O Estado.

Basta folhear “As carências das horas tardias da noite”, obra lançada na Academia Maranhense de Letras, em 2015, ou “Contos Cruéis”, lançado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão, ou ainda “Leve-me ao seu líder: articulações entre o Direito e a Cultura Pop”, lançado ano passado, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão. Este último foi escrito em associação com os James Magno Araújo Farias, presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão, professor Agostinho Ramalho Marques Neto e os juízes do Trabalho Érico Cordeiro e Bruno Motejunas.

Integrar Direito e Literatura é uma das habilidades do procurador e isto faz com que ambas as áreas tenham influências determinantes em sua vida profissional. “Eu sempre digo que o Direito não pode se enrijecer diante das leis, que não são as soluções para todos os problemas. Devemos buscar respostas em outros campos também”, frisa.

Incentivo
Ideias que, embora de maneira bem mais abrangente e transversa, ele expressa oralmente e nos textos que escreve, por exemplo, sobre direito, cultura, patrimônio histórico, literatura e entretenimento. Afinal, Bruno Tomé está sempre rodeado de livros, familiares e amigos, sendo que alguns o incentivaram a mergulhar de cabeça no mundo da literatura, a exemplo do advogado, procurador e médico psiquiatra Alexandre Furtado Sá, exímio profissional e também um apaixonado pelas artes. Nos eventos da Procuradoria Geral do Estado, a rotina cartesiana é quebrada de forma inteligente e descontraída nos cafés literários incentivados pelo procurador e onde são abordados temas como direito, cinema e psicanálise.

Integrante do Conselho Editorial da Revista da Procuradoria Geral do Estado, Bruno Tomé Fonseca é um admirador do trabalho da imprensa e diz que gostaria de ter estudado para ser jornalista. “É uma profissão formidável e um trabalho pelo qual tenho o maior respeito e admiração”, elogia.

Eu sempre digo que o Direito não pode se enrijecer diante das leis, que não são as soluções para todos os problemas. Devemos buscar respostas em outros campos também”

Casado há 10 anos com a administradora Layla Mohamed Pereira Fonseca e pai de Davi Mohamed Tomé Fonseca (que completou dois anos na sexta-feira, 24), Bruno Tomé é filho de José Roland Ribeiro e Telma Saback Tomé Fonseca. Como na profissão, é marido e pai cuidadoso e dedicado. Acorda com o canto do galo e, religiosamente, escreve das 4h às 6h. Depois, vestido em terno e gravata, segue para o ofício, onde, além do trabalho interno, tem inúmeros compromissos externos.

Atualmente, está escrevendo uma biografia sobre o lutador maranhense Rei Zulu, que é um dos pioneiros das Artes Marciais Mistas (MMA) em nível mundial, mas cujo nome fora esquecido. “A história dele tem forte apelo literário. Já tenho mais de três horas de gravações e em torno de 100 páginas escritas”, diz, dando uma ideia do que vem por aí.

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