SÃO LUÍS - O juiz Samuel Batista de Souza, 68 anos, sendo 30 dedicados à magistratura, acaba de receber uma medalha de ouro. Profissional de reputação ilibada, servo fiel dos preceitos de Deus e regente de uma família carimbada com o selo da harmonia, o piauiense é um homem vitorioso e digno da homenagem concedida pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), na manhã de quarta-feira, 8, por ocasião da solenidade alusiva aos 204 anos de existência da Corte.

Pelas três décadas de bons serviços prestados, ele foi condecorado com a Medalha Especial do Mérito Cândido Mendes, um reconhecimento que ratifica a importância de seu trabalho para a sociedade. Discreto, simples, equilibrado e educado, Samuel Batista de Souza poderia ter sido jornalista.

Em sua residência, no tradicional bairro Apicum, um de seus cômodos prediletos é o escritório, que mais parece uma biblioteca, pela quantidade de livros. Da mesa às estantes, histórias, letras e processos cercam a vida do magistrado, que lê pelo menos 20 obras por ano.

Centrado e inteligente, foi lendo, escrevendo e estudando que ele galgou o patamar onde está. Vindo de uma longa estrada, perpassando três comarcas do interior maranhense (Icatu, Presidente Dutra e Coroatá), hoje desempenha um trabalho magistral no 5º Juizado Especial das Relações de Consumo, no Anjo da Guarda, em São Luís, figurando como um dos mais experientes nessa área.

Em casa, é cercado pelo carinho da família. A esposa, a pedagoga Arlete Souza, é meiga e dedicada. Os filhos são comunicativos e inteligentes. O advogado Marcos Welby, que mora na Austrália, por exemplo, não perde a comunicação diária com os pais e irmãos. Pelo celular, acompanha a saúde e as conquistas de todos. Os outros são: a pedagoga Elda, o estudante de engenharia Luís Neto, o advogado André Ângelo e o dedicado arquiteto Neemias, o mais jovem de todos, atualmente com 26 anos. Os netos são Samuel e Davi Ângelo. Uma foto de Davi no escritório demonstra o carinho do avô.

Estudos
Os êxitos do juiz Samuel Batista de Souza foram conquistados com suor e noites em claro. Nascido em Esperantina, no Piauí, desde muito cedo ele demonstrou interesse pelos estudos. Graduou-se em Ciências Econômicas e é pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ao longo de 30 anos de trabalho, já perdeu as contas de quantos processos julgou, e disto se orgulha, por entender o papel determinante da justiça para a sociedade. “Muita coisa mudou nesses 30 anos e, apesar das descrenças do cidadão em relação às instituições, na Justiça ele nunca deixou de acreditar. Somos os guardiões da constituição e agimos pautados pela ponderação e razoabilidade”, afirma.

O magistrado orgulha-se em dizer que escolheu uma carreira empolgante e acredita que o glamour dos tempos de outrora deixou de existir. “O que pesa hoje é a grande responsabilidade”, diz, recordando as dificuldades que enfrentou no início da carreira, como o tempo de deslocamento da capital para as comarcas, cuja viagem durava 7 horas e eram necessários seis transportes.

Muita coisa mudou nesses 30 anos e, apesar das descrenças do cidadão em relação às instituições, na Justiça ele nunca deixou de acreditar”

Cristão
Além dos livros de Direito, outro que não pode faltar na cabeceira do magistrado é a Bíblia Sagrada. Cristão e fiel aos ensinamentos do homem mais importante da história da humanidade, ele é filho primogênito do Pastor Estevam Ângelo de Souza, personalidade que marcou a trajetória da Igreja Assembleia de Deus no Maranhão. Além da aparência física, herdou o jeito atuante de viver e trabalhar do pai.

Foi ele, por exemplo, quem criou o primeiro boletim informativo impresso da congregação. Além disso, atuou como apresentador do primeiro programa de rádio da Assembleia de Deus em São Luís e teve participação crucial na implantação da Rádio FM Esperança, a primeira emissora evangélica do Maranhão.

Na verdade, muito cedo, Samuel Batista de Souza interessou-se pelas lides do Evangelho, onde, mesmo adolescente, já integrava os grupos de atividades da igreja e, mais tarde, se destacaria como entusiasta dos trabalhos de mocidade. Atualmente, é diácono e coopera como professor e vice-superintendente da Escola Bíblica Dominical no Templo Central, bem como nos mais diversos trabalhos, tanto em São Luís como no interior do estado. Em resumo: tem um pé nos tribunais e outro na igreja. De um lado, contribui para fazer valer as leis da justiça. De outro, por meio do trabalho de evangelização, para fazer valer as leis de Deus.

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