Gesto obsceno

Ciclista que mostrou o dedo médio a Trump é demitida

Juli Briskman, de 50 anos, fez gesto quando comitiva do presidente estava a caminho do Trump National Golf Club, em 28 de outubro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

WASHINGTON - Juli Briskman não pensou duas vezes quando mostrou o dedo médio ao presidente americano, Donald Trump, durante a passagem do comboio dele enquanto ela pedalava em uma rodovia perto de seu clube de golfe.

"Ele estava passando e meu sangue começou a ferver", disse ao HuffPost essa democrata de 50 anos, mãe de dois filhos. "Eu estava pensando 'ele está no maldito campo de golfe novamente'".

Mas o gesto obsceno, capturado em 28 de outubro pelo fotógrafo da AFP na Casa Branca Brendan Smialowski, que estava acompanhando o comboio de Trump, rapidamente se tornou viral. E agora custou o emprego desta mãe solteira.

O presidente estava a caminho do Trump National Golf Club, às margens do Rio Potomac, a cerca de 40 quilômetros a noroeste da Casa Branca. Briskman mora nos arredores e havia saído para andar de bicicleta no sábado quando o comboio começou a passar.

Smialowski, veterano de comboios da Casa Branca, disse que sempre está com a câmera pronta para disparar.

"Você nunca sabe o que vai ver. Você nunca sabe o que vai acontecer", contou. Gestos vindos de espectadores, como polegares para cima ou dedos médios, são comuns.

Neste caso, continuou o fotógrafo, Briskman "parecia saber exatamente quem estava dentro daqueles veículos".

Depois que o comboio a ultrapassou, ela os alcançou quando os carros pararam no sinal vermelho. "O que tornou essa ciclista única foi a sua tenacidade. Uma vez que o comboio a ultrapassou, ela conseguiu se recuperar e mostrar seus sentimentos novamente", declarou.

A foto mostra Briskman apenas de costas, sem identificação, com seu braço para cima e o dedo médio levantado. Mas não demorou muito até que ela percebesse que era a pessoa na foto que logo rodou a televisão e a internet. E orgulhosamente ela colocou a imagem como sua foto de perfil no Facebook e no Twitter.

Não se sabe se Trump viu o gesto, mas o fato é que ele não agradou os chefes de Briskman na empresa Akima LLC, que trabalha para o governo e militares americanos. Três dias depois, disseram a Briskman, que trabalha com marketing, que ela tinha que ir embora.

"Eles disseram: 'nos desvinculamos de você'", contou Briskman ao HuffPost. "Basicamente você não pode ter coisas 'indecentes' ou 'obscenas' nas suas redes sociais. Então eles estavam chamando aquela porcaria de 'obscena'".

Briskman e a empresa Akima não responderam a contatos para comentários na segunda-feira (6), mas a fotografia continuava nas redes sociais da mulher.

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