PROTESTO

Familiares de vítimas de acidente protestam no Jaracati

Liberdade concedida a Victor Yan Barros, responsável pelo acidente que deixou cinco pessoas mortas, representa sensação de impunidade para parentes que protestaram ontem na via

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Familiares exibem cartazes protestando contra a soltura do motorista
Familiares exibem cartazes protestando contra a soltura do motorista (Protesto)

SÃO LUÍS - Em um ato pacífico realizado na manhã de ontem (23), na Avenida Carlos Cunha, familiares de vítimas do acidente que matou cinco pessoas no bairro Jaracati, em setembro deste ano, protestaram contra a soltura de Victor Yan Barros, que responde pelo crime. O acusado foi posto em liberdade na última sexta-feira, 20, depois de uma decisão da 2ª Vara do Tribunal do Júri, por meio do juiz Gilberto de Moura Lima. Durante o protesto, que foi acompanhado por agentes de trânsito e segurança pública, não houve interferência no fluxo de veículos do local.

Com cartazes e em silêncio, parentes e amigos de três das cinco pessoas que perderam a vida na tragédia, alegaram sensação de impunidade diante da decisão judicial que determinou a liberdade de Victor Yan Barros, motorista que conduzia o carro alcoolizado e causou o acidente ocorrido em 8 de setembro. Para Marcos Durans, pai de Henrique Martins Durans Neto, que morreu no local do acidente, lidar com a perda do filho torna-se ainda mais difícil devido à sensação de impunidade.

“Existem casos que são verdadeiras fatalidades e os responsáveis estão presos enquanto esse rapaz, o Victor Yan, nunca foi preso. Ele passou 40 dias em um hotel de luxo, que foi a internação hospitalar e foi para a penitenciária com todas as regalias, com telefone celular, recebia comida à vontade, isso é uma afronta para a sociedade. Em setembro foi o meu filho, mas pode acontecer com qualquer um, com parentes de juízes, desembargadores, empresários, então é importante que a sociedade se una para que essa injustiça não fique impune. Essa já tinha sido o meu pior ano, por ter perdido meu filho da forma brutal que perdi, com essa notícia vou ter um Natal ainda pior”, declarou.

A manifestação ocorreu no recuo da Avenida Carlos Cunha, próximo à ponte Bandeira Tribuzzi e não houve interrupção no trânsito. O protesto foi acompanhado por agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), mas não houve intervenções.

Entenda

Victor Yan deixou o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde estava preso, na última sexta-feira (20) após uma determinação do juiz Gilberto de Moura Lima, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Para que a decisão seja mantida, o acusado teve a suspensão do direito de dirigir enquanto durar o processo, deverá comparecer a todos os atos do processo, terá monitoramento eletrônico e deve recolher-se no período noturno (das 20h às 6h). Ele também está proibido de frequentar boates, casas de jogos, bares, festas e similares.

O acidente

Na madrugada do dia 8 de setembro, Victor Yan Barros, que apresentava sinais de embriaguez, perdeu o controle do veículo que dirigia nas proximidades da cabeceira da Ponte Bandeira Tribuzi, no Jaracati. O carro capotou, colidiu em duas motocicletas e despencou sobre um grupo de pessoas que estava participando de uma festa de aniversário. O automóvel ficou destruído, e o condutor sofreu escoriações leves e foi atendido ainda no local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No trecho do acidente, morreram Maurício Andrey Soares, Henrique Martins Durans Neto e Carla Correa Diniz.

No fim da manhã do dia seguinte, Tiana Alves Correa morreu no Hospital Municipal Doutor Clementino Moura (Socorrão 2). E na tarde do dia 14 de setembro, faleceu Ana Lourdes Silva Matos.

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