Ataque químico

Rússia veta resolução da ONU para ampliar investigação na Síria

Esta é a nona vez que a Rússia veta ação que afeta seu aliado sírio; ataque de abril na cidade de Khan Sheikhoun deixou mais de 80 mortos e 200 feridos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

MOSCOU - A Rússia vetou ontem um projeto de resolução das Nações Unidas, apresentado pelos Estados Unidos, para ampliar uma investigação internacional sobre o ataque químico de 4 de abril na Síria. O ataque na cidade de Khan Sheikhoun deixou mais de 80 mortos e 200 feridos. Entre as vítimas, estavam várias crianças.

De acordo com a agência France Presse, esta é a nona vez que a Rússia utiliza o seu poder de veto no Conselho de Segurança para bloquear uma ação que afeta seu aliado sírio. A Rússia acusou diversas vezes os Estados Unidos e seus aliados ocidentais em ter pressa em julgar e condenar o governo Sírio pelo uso de dás sarin no ataque.

Segundo um relatório da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), o gás foi utilizado na ação, embora a organização não tenha mencionado quem seria o responsável pela ação.

Em setembro, investigadores da Organização das Nações Unidas concluíram que o governo sírio foi responsável pelo ataque. Os investigadores rejeitaram o argumento defendido pela Síria e sua aliada Rússia de que os ataques aéreos atingiram um depósito no qual eram armazenadas substâncias químicas.

O serviço de inteligência da França já tinha atribuído a responsabilidade do ataque ao governo de Bashar al-Assad.

Em entrevistas concedidas desde 4 de abril, Assad disse que os indícios de um ataque com gás venenoso são falsos e negou que seu governo já tenha utilizado armas químicas. Investigações da ONU, no entanto, dão conta de que o regime sírio utilizou armas químicas pelo menos 27 vezes.

O sarin inibe a ação de uma enzima que desativa os sinais que as células nervosas humanas transmitem aos músculos para relaxá-los. Isso faz com que o coração e outros músculos - incluindo os envolvidos na respiração - tenham espasmos. A exposição ao gás pode causar desmaios, convulsões e levar à morte por asfixia em minutos.

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