Eleições 2018

Movimentações de partidos mexem com jogo político no MA

PSDB, PSB, PT, PDT e PP são siglas que já estão mexendo as peças para se organizar para as disputas eleitorais do próximo ano, o que deve mudar base de Dino

Carla Lima/Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Flávio Dino, Roberto Rocha e Carlos Brandão sofreram mudanças com movimentações partidárias
Flávio Dino, Roberto Rocha e Carlos Brandão sofreram mudanças com movimentações partidárias (Flávio Dino)

Cerca de 10 meses antes do período previsto para as convenções partidárias que definirão as alianças e os candidatos que disputarão as eleições de 2018, no Maranhão os partidos começaram a mover as peças para o jogo político. A semana que passou foi movimentada com mudanças que devem mexer com a base de apoio do governador Flávio Dino (PCdoB).
Nesses cenários estão partidos como o PSDB e o PSB. Os últimos episódios com a pressão dos socialistas do Maranhão para a expulsão do senador Roberto Rocha dos quadros do partido e a decisão de Rocha de retornar ao ninho tucano acelerou o processo de desembarque do PSDB do governo de Flávio Dino.
Isso mexe com a vida política de nomes importantes do PSDB como Neto Evangelista, que é deputado estadual e deve buscar a reeleição, e Carlos Brandão, que é vice-governador, mas tem planejado disputar vaga na Câmara Federal. As pretensões dos dois tucanos poderão sofrer modificações com eles se mantendo aliados de Dino, mas em outra legenda ou abandonando os comunistas para seguir o projeto do partido.
Já Roberto Rocha ganhou no jogo político porque se antes tinha que fazer “contorcionismos” para garantir sua candidatura a governador do Maranhão no próximo ano estando no PSB, que no estado quer apoiar Dino, com a volta ao PSDB conseguiu uma legenda forte com candidatura própria a presidente da República para entrar na disputa eleitoral do ano que vem.
Além de jogar e retornar já com vantagem ao PSDB, Roberto Rocha ainda joga para ter como aliado em 2018 o PSB.

Movimentações
Enquanto tenta ter o PSB ao seu lado, o governador Flávio Dino vai em busca de ampliar seu leque de aliados para seu projeto de reeleição. Na vez está o PP, partido comandado pelo deputado federal André Fufuca. A legenda já foi da base do governador quando o deputado Waldir Maranhão é quem comandava a sigla.
A conversa do PP com o PCdoB passa pela uma eventual filiação de Carlos Brandão na legenda. Mesmo assim, a ida do PP para o projeto do governador ainda não está garantida já que, segundo André Fufuca, o partido vem ouvindo todos os pré-candidatos ao governo.
“No Maranhão, estamos analisando as pré-candidaturas e seus planos de governo”, disse Fufuca.

PP é liberado
pela nacional

Se decidir em apoiar Dino, os membros da sigla não terão problemas com a direção nacional, que atualmente faz parte da base de apoio do presidente Michel Temer. Segundo o presidente estadual, a posição nacional não deve ser necessariamente a mesma que local. “Separa-se as situações”, explicou André Fufuca.

PT e PDT podem apresentar dificuldades de aliança

Outra negociação que Flávio Dino deverá administrar é em relação a posição de dois aliados: PDT e PT. As duas legendas terão candidatura própria para presidente e um palanque duplo pode representar problema.
Não para o PDT já que segundo o deputado Weverton Rocha, que comanda a legenda no Maranhão, o governador dá apoio para o ex-presidente Lula ou para Ciro Gomes (pré-candidato pedetista a Presidência da República) não atrapalhará o objetivo que é a “união em prol do Maranhão”.
Se para Weverton o PDT não se importa em múltiplos palanques, o PT não vê com bons olhos essa diversidade de apoio de Flávio Dino. O deputado Zé Inácio, por exemplo, usou as redes sociais para lembrar os comunistas de que o objetivo maior do seu partido é a eleição do ex-presidente Lula.
Ele se manifestou após entrevista de Flávio Dino que falou da impossibilidade de Lula de se candidatar. “Ciro Gomes não representa a esquerda brasileira.. Lula é nosso plano de A a Z na disputa presidencial. Não há que se cogitar ‘outra candidatura’, muito menos a de Ciro Gomes”, disse.
Em tom mais brando, o presidente municipal do PT em são Luís, vereador Honorato Fernandes lembrou que o partido tem o compromisso de apoio a Dino, mas para isso se configurar, é necessário reciprocidade.
“O PT constrói e busca fortalecer o projeto de aliança com o PCdoB. A relação deve ser recíproca e quero acreditar que é para que o campo progressista cresça no Maranhão”, disse o presidente, que assim como Zé Inácio lembrou que o PT não tem compromisso com a candidatura de Ciro Gomes e também dos projetos pedetistas no Maranhão.

Para PCdoB, palanque eclético é mais uma vez o objetivo do partido para 2018

Mesmo com o desembarque do PSDB e também dos conflitos de interesses das direções nacionais de partidos como DEM e PTB, por exemplo, o PcdoB do Maranhão ainda trabalha com a possibilidade de levar par ao palanque de Flávio Dino, em 2018, todas as cores partidárias que “queriam fazer parte do partido do Maranhão”.
Esse é o discurso do presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry. A O Estado, o comunista disse que a base do governo Dino tem mais de 10 partidos e o trabalho que vem sendo desenvolvido é para manter todos unidos no próximo ano.
“Temos diálogo permanente com mais de 10 partidos. O governador Flávio Dino partirá para a reeleição liderando uma ampla coalizão partidária maior que aquela que o elegeu. Estamos trabalhando para isso”, disse Jerry.
Pelas declarações do presidente do PCdoB, os comunistas parecem ignorar os cenários nacionais, as posições tomadas pelo governador Flávio Dino de defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, os ataques ao atual presidente da República, Michel Temer e ainda a relação com o ex-presidente Lula e os compromissos assumidos com o PDT.
Todas as situações têm reflexos nos partidos e que podem ter consequências no Maranhão.

PSDB
Sobre a saído dos tucanos do governo, Márcio Jerry ainda trata a aliança como se ainda existisse. Segundo ele, se consumado o desembarque do PSDB, o seu partido fará uma avaliação posterior.
“O PSDB integra a base de apoio. Ficar ou não na base é uma decisão que cabe ao partido e será avaliada se consumada, sempre respeitando quaisquer posições que venham a ser adotadas. PSDB tem sido um aliado importante, é o partido do vice governador Carlos Brandão e com o qual tivemos ano passado vitórias importantes em alianças municipais fazendo com o que o partido conquistasse o seu melhor resultado em toda a sua história no Maranhão”, disse.

Em 2014 já fizemos isso. Tínhamos partidos de posições distintas no plano nacional mas juntos naquilo que chamamos de "Partido do Maranhão". Vamos novamente colocar para a disputa o "Partido do Maranhão" para manter o estado numa agenda de desenvolvimento” Márcio Jerry, presidente estadual do PCdoB

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