Tensão

Coreia do Norte diz que EUA sofrerão 'derrota vergonhosa"

Comentário do governo norte-coreano foi feito após o presidente dos EUA, Donald, Trump dizer que ameaça de 'fogo e fúria' talvez não tenha sido forte o suficiente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
O presidente Donald Trump reage às ameaças feitas pela Coreia do Norte
O presidente Donald Trump reage às ameaças feitas pela Coreia do Norte ( O presidente Donald Trump reage às ameaças feitas pela Coreia do Norte)

PYONGYANG - A Coreia do Norte afirmou ontem que os Estados Unidos irão "sofrer uma derrota vergonhosa e uma condenação final", caso "persistam em aventuras, sanções e pressões militares extremas".

A declaração foi feita horas depois de o presidente Donald Trump ter dito que sua ameaça de responder com “fogo e fúria” às provocações da Coreia do Norte talvez não tenha sido “forte o suficiente”, ainda que tenham provocado uma escalada no tom bélico entre os dois países.

Antes de uma reunião com seu vice-presidente, Mike Pence, seu chefe de gabinete e o conselheiro de Segurança Nacional, os generais John Kelly e H. R. McMaster, Trump elevou o tom ao comentar as ameaças do país asiático, que diz planejar atacar a ilha de Guam, território norte-americano no Oceano Pacífico.

“É melhor a Coreia do Norte começar a agir direito ou ela estará em apuros como poucos países já estiveram antes”, disse o presidente a jornalistas. "Vamos ver o que ele faz com Guam", provocou.

Ao ser questionado sobre o que poderia ser mais duro do que fogo e fúria, Trump respondeu apenas "veremos", segundo a CNBC.

"O povo deste país deve ficar muito confortável, e vou lhes dizer isto: se a Coreia do Norte fizer qualquer coisa em termos de sequer pensar sobre um ataque a qualquer um que amamos ou representamos ou nossos aliados ou nós, eles podem ficar muito, muito nervosos. Vou lhes dizer porque, e eles deveriam ficar muito nervosos. Porque coisas acontecerão a eles como eles nunca pensaram serem possíveis", disse, sem detalhar que tipo de ação pretende adotar.

Fogo e fúria

Trump usou o termo "fogo e fúria" na terça-feira, ao comentar ameaças norte-coreanas, quando disse: "É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças aos Estados Unidos. Enfrentarão fogo e fúria como o mundo nunca viu".

No dia seguinte, ao detalhar seu plano para atacar Guam, o general norte-coreano Kim Rak Gyom afirmou que a declaração do presidente americano era "um monte de bobagem".

"Parece que ele não entendeu o recado. Diálogo saudável não é possível com um sujeito tão desprovido de razão e apenas força absoluta pode funcionar sobre ele", disse o general em seu comunicado, divulgado pela Agência de Notícias Central Coreana.

Segundo o general norte-coreano, o plano de ataque está em fase de finalização e deve ser apresentado ao líder Kim Jong-un até a metade de agosto, passando então a depender apenas de uma ordem sua para ser executado.

Seriam usados no ataque quatro mísseis Hwasong-12 de médio alcance, disparados simultaneamente. Após o lançamento, eles sobrevoariam Shimane, Hiroshima e Koichi, no Japão, antes de atingir seus alvos ao redor da ilha. "Eles voarão 3,356.7 km durante 1,065 segundos e atingirão águas de 30 a 40 quilômetros de Guam", diz o comunicado assinado por Kim Rak Gyom, comandante da Força Estratégica do Exército do Povo Coreano.

Operação liberdade

Um destróier da Marinha dos Estados Unidos realizou uma "operação de liberdade de navegação" ontem, ficando a 12 milhas náuticas (22.2 km) de uma ilha artificial construída pelos chineses no Mar do Sul da China, disseram autoridades dos EUA à agência de notícias Reuters.

A operação ocorreu no momento em que o governo do presidente Donald Trump busca a cooperação da China para lidar com os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte e pode complicar os esforços para se chegar a uma postura comum.

As autoridades, que falaram sob condição de anonimato, disseram que o USS John S. McCain navegou perto do Recife Mischief, das Ilhas Spratly, em meio a uma série de ilhotas, recifes e bancos de areia. A China disputa a área com os vizinhos Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã.

Foi a terceira "operação de liberdade de navegação" conduzida durante a Presidência de Trump.

Para o Ministério das Relações Exteriores da China, a presença do destróier "viola lei internacional e chinesa e prejudica gravemente a soberania e segurança de Pequim".

A operação foi a tentativa mais recente de Washington de se contrapor ao que vê como esforços de Pequim para limitar a liberdade de navegação nas águas estratégicas na ocasião em que Trump corteja a ajuda chinesa para conter os norte-coreanos.

Construção de ilhas

Os EUA criticaram a China pela construção de ilhas e pelo aumento de instalações militares no mar, temendo que elas possam ser usadas para restringir a movimentação náutica livre.

Os militares norte-americanos argumentam há tempos que suas operações são realizadas em todo o mundo, inclusive em áreas reivindicadas por aliados, e que estas não têm relação com considerações políticas.

O governo Trump prometeu realizar operações mais robustas no Mar do Sul da China.

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