Margaret Thatcher sugeriu ameaçar Iraque com armas químicas nos anos 90
Sugestão foi recusada pelo então vice-presidente dos EUA, Dick Cheney. Ideia foi cogitada como resposta à invasão do Kuwait, quando Saddam Hussein era acusado de possuir armas desse tipo
LONDRES - A ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher sugeriu ameaçar o Iraque com armas químicas após a invasão do Kuwait em 1990, segundo uma série de relatórios publicada ontem pelo Arquivo Nacional britânico.
Os documentos recolhem as conversas da chamada "Dama de Ferro" com o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush e o ex-vice-presidente Dick Cheney, nas quais foi cogitada uma resposta à invasão do Kuwait por parte do Iraque.
Com a possibilidade de o Iraque usar armas químicas durante o conflito, Thatcher sugeriu a Cheney agir com represálias "da mesma maneira".
O ex-vice-presidente argumentou que a medida apresentada pela primeira-ministra "colocaria os EUA em uma má posição perante a opinião mundial".
O memorando acrescenta que Bush finalmente preferiu "lançar um ataque convencional" para "tirar Saddam Hussein (ex-presidente do Iraque) da face da terra", ao invés de lançar armas químicas.
Em uma conversa posterior com Cheney, Thatcher disse que "estava muito preocupada com a capacidade do Iraque de usar armas químicas" e insistiu que achava que Saddam poderia usá-las.
"Se quisermos dissuadir um ataque químico, devemos ter armas químicas", sugeriu a ex-premiê britânica, segundo esses documentos, algo que Cheney respondeu dizendo que Bush tinha "aversão particular" ao uso deste tipo de armamento e que "os militares americanos não estavam interessados em usá-lo" porque "não tinham experiência".
As conversas de Thatcher com os governantes dos EUA ocorreram pouco antes de deixar o cargo de primeira-ministra e ser substituída em 1990 por John Major, que se uniu à coalizão militar contra o Iraque um ano mais tarde.
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