Comemoração

Arábia Saudita reduz restrições impostas às mulheres

Elas não precisam mais de tutor para trâmites administrativos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Mulheres sauditas fazem compras no shopping Al-Hayatt
Mulheres sauditas fazem compras no shopping Al-Hayatt (Mulheres sauditas fazem compras no shopping Al-Hayatt )

RIAD - As mulheres sauditas não precisam mais do consentimento de um tutor para realizar seus trâmites administrativos - informou a imprensa local após a divulgação de um decreto real.

Militantes de direitos humanos comemoraram o decreto, mas disseram que aguardam para ver como ele será aplicado e lamentam que não vá longe o suficiente.

País do Golfo Pérsico que aplica estritamente a lei islâmica, a Arábia Saudita impõe uma série de restrições às mulheres.

É o único país no mundo que proíbe as mulheres de dirigir e exige que elas tenham o consentimento de um tutor - como o pai, marido, ou irmão - para estudar, ou para viajar para o exterior.

Segundo o jornal Arab News, um decreto do rei Salman define que as mulheres não precisam mais do consentimento de um tutor para trâmites relacionados aos diferentes serviços públicos, "a menos que haja uma justificativa legal para esta demanda" sob a lei islâmica.

Ativista

Sahar Hassan Nassif, uma ativista dos direitos da mulher de Jidá, comemorou a decisão real, mas disse que ainda não está claro o que mudará com o decreto.

"Queremos mais. Precisamos nos libertar completamente do tutor", disse à AFP.

Em 2016, milhares de sauditas assinaram uma petição pelo fim do sistema de tutela e para que as mulheres sejam tratadas como cidadãs com todos os seus direitos.

Philip Alston, especialista da ONU para os direitos humanos, disse em janeiro, após uma visita ao reino, que o sistema de tutela freia a capacidade das mulheres de trabalharem e de viajarem e que deveria "ser reformado".

Recentemente, a ONG Human Rights Watch (HRW) indicou em um relatório que, embora o governo já não exija a autorização de um tutor para que as mulheres trabalhem, muitos empregadores no setor privado pedem esse consentimento.

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