Terror

Tiroteio na Champs-Élysées, em Paris, deixa policial e suspeito mortos

Presidente François Hollande vê ligação com terrorismo. Estado Islâmico reivindicou ação por meio de sua agência; o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, disse que uma arma automática foi usada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Operação policial na avenida Champs Elysees em Paris, após tiroteio na noite de ontem
Operação policial na avenida Champs Elysees em Paris, após tiroteio na noite de ontem (Operação policial na avenida Champs Elysees em Paris, após tiroteio na noite de ontem)

PARIS - Um tiroteio ocorreu na Champs-Élysées, mais famosa avenida parisiense, ontem. Um policial morreu e o suspeito de ser o atirador também foi morto. O presidente François Hollande disse estar convencido de que as informações já disponíveis na investigação têm relação com terrorismo.

O sindicato de policiais Unité SGP Police chegou a anunciar a morte de um segundo policial, mas um porta-voz do Ministério Interior disse em seguida que ele não havia morrido. Há dois policiais seriamente feridos, além do que morreu.

O porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, disse que uma arma automática foi usada para disparar contra os policiais. "Uma arma automática foi usada contra a polícia, uma arma de guerra", disse Brandet à repórteres.

Um sindicato policial disse que um indivíduo num veículo atirou contra uma viatura policial que estava parada num farol vermelho. Uma testemunha contou que um homem saiu do carro e começou a disparar com um "Kalashnikov", dando a entender que o atirador portava uma arma similar a um fuzil.

A correspondente da GloboNews Bianca Rothier, que está na França, informa que o caso ocorreu por volta das 21h locais na altura do número 104 da avenida.

A CNN revelou que a França abriu uma investigação relacionada a terrorismo. O suspeito morto seria conhecido dos serviços de segurança franceses. Há um pedido de prisão para um segundo suspeito que teria chegado à França num trem da Bélgica, diz a Reuters.

Rita Katz, diretora do SITE Intel Group, uma organização de monitoramento de extremistas, disse que a agência Amaq, do Estado Islâmico, afirma que a ação em Paris foi executada por "guerreiros" do grupo terrorista. Um deles se chamaria Abu Yusuf al Belijki ("o belga").

"Esta reivindicação é diferente da maioria das outras da Amaq, indicando que o EI tinha familiaridade com o atacante e, possivelmente, do ataque que viria", analisa a especialista.

Reações

O presidente François Hollande ofereceu condolências à família dos policiais atingidos. "Meus pensamentos vão à família do policial morto e aos parentes dos policiais feridos. Será feita uma homenagem nacional", afirmou pelo Twitter:

O presidente americano Donald Trump, que tinha uma entrevista coletiva marcada pouco depois do momento do incidente em Paris, ofereceu condolências ao povo francês e disse que o caso “parece outro ataque terrorista”.

“O que se pode dizer, isso simplesmente nunca acaba. Temos que ser fortes, temos que ser vigilantes e tenho dito isso há bastante tempo”, comentou Trump durante entrevista coletiva com o primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni na Casa Branca.

Gentiloni também estendeu os cumprimentos aos franceses, lembrando que este é um momento muito delicado, a apenas três dias das eleições presidenciais e oferecendo "palavras de condolências e proximidade".

Eleição

O momento na França é delicado, pois o país realiza neste domingo,23, o 1º turno de uma acirrada eleição presidencial. Pela primeira vez, um candidato da extrema esquerda e um da extrema direita têm chances de chegar juntos ao segundo turno, neste que é o pleito mais imprevisível e marcado por reviravoltas da história recente do país.

O presidente Hollande disse que as forças de segurança estarão em máxima vigilância na votação.

Marine Le Pen, da Frente Nacional (extrema-direita), e Jean-Luc Mélenchon, do movimento França Insubmissa (extrema-esquerda), totalizam mais de 40% das intenções de voto para o primeiro turno do próximo domingo, apontam pesquisas.

Somados aos "nanicos", de esquerda e de direita, candidatos de perfil radical somam praticamente 50% das preferências do eleitor francês, indicam sondagens.

Até mesmo os dois candidatos que representam os partidos tradicionais que dominam a vida política francesa há décadas - Benoît Hamon, do Partido Socialista (ou PS, centro-esquerda), e François Fillon, do conservador Republicanos (centro-direita) - representam as alas mais radicais de seus respectivos campos políticos. Fillon já anunciou que vai cancelar seus eventos de campanha nesta sexta.

Trata-se do pleito mais imprevisível dos últimos 50 anos. Quatro candidatos - Le Pen, Fillon, Mélenchon e o centrista Emmanuel Macron - têm chances de passar para o segundo turno, em 6 de maio.

Os candidatos presidenciais lamentaram o ocorrido. Le Pen e Fillon cancelaram seus atos de campanha que estavam programados para hoje, 21.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.