Convênio entre UFMA e SSP é questionado após registros de estupros

Convênio foi assinado no ano passado após um estudante do curso de Ciência e Tecnologia ter sido assassinado a golpes de faca durante uma calourada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39

O registro de dois estupros na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) num intervalo de apenas quatro dias, levantou questionamentos da comunidade acadêmica em relação à efetividade de um convênio firmado entre a universidade e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) em agosto do ano passado.

O convênio foi assinado pela reitora da Ufma, Nair Portela, e pelo secretário de Estado de Segurança, Jefferson Portela (PCdoB), que são irmãos, após um estudante do curso bacharelado de Ciência e Tecnologia ter sido assassinado a facadas durante uma “calourada” no campus.

Na ocasião, a reitora Nair Portela anunciou o convênio como garantia da atuação da Polícia Militar (PM) nas dependências da Cidade Universitária.

“Estamos concretizando uma parceria que resultará em benefícios para todos. Além da presença da Polícia Militar vamos melhorar a iluminação da Cidade Universitária e estabelecer medidas que visam controlar o acesso às dependências por pessoas que não pertencem à comunidade acadêmica”, afirmou na época.

O convênio previa ações para viabilizar a segurança ostensiva e preventiva da PM no Campus do Bacanga, atuação junto à equipe privada da universidade, realização de rondas em locais vulneráveis e de alto risco e monitoramento dos espaços físicos da instituição.

Em contrapartida, a Ufma contribuiria, a partir dali, com apoio técnico e logístico, fornecimento de informações, capacitação para os policiais, estrutura e aparatos específicos para desempenho de suas atividades.

Um protesto realizado ontem por estudantes da instituição, contudo, levantou questionamentos a respeito da efetividade do convênio, após duas mulheres terem sido vítimas de estupro em menos de uma semana.

Estudantes e professores também apontam assaltos e furtos como situações corriqueiras na Cidade Universitária.

Medidas – Ontem, após os novos registros de violência, da repercussão dos casos de estupro e do protesto de estudantes, o Conselho de Segurança da Ufma realizou reunião extraordinária com o comando do 1º Batalhão da PM e anunciou novas medidas.

Dentre elas, a instalação imediata de um posto avançado da PM e o reforço de rondas ostensivas. A PM ficará com uma sala reservada no Centro de Convenções. Novas luminárias também serão instaladas em todo o campus.

Saiba Mais

Em agosto de 2016, antes da assinatura do convênio entre a UFMA e a SSP, o estudante Kelvin Rodrigues Ribeiro, de 22 anos de idade, foi assassinado a golpes de faca durante uma calourada. Ele foi encontrado morto por colegas dentro de um banheiro.

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