Fim à guerra?

Colômbia assina hoje novo acordo de paz com as Farc

Guerra já dura meio século e este segundo acordo será assinado pelo governo antes de ser levado ao parlamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Presidente Juan Manuel Santos, entre outros membros do governo colombiano, anuncia novo acordo com as Farc
Presidente Juan Manuel Santos, entre outros membros do governo colombiano, anuncia novo acordo com as Farc (Juan Manuel e membros do governo)

BOGOTÁ - O presidente Juan Manuel Santos anunciou que o novo acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) será assinado hoje, em Bogotá, antes de ser submetido ao parlamento.

O chefe do grupo guerrilheiro, Rodrigo Londoño Echeverri, o Timochenko, já está na capital do país desde a última terça-feira, 22. Em um discurso em rede nacional, Santos afirmou que os negociadores trabalharam para alcançar uma "oportunidade única de fechar um capítulo doloroso" da história da Colômbia.

No entanto, ele reconheceu que o acordo não agradará a todos. "É assim com todos os tratados de paz, sempre haverá vozes críticas", declarou. O principal opositor de um entendimento com as Farc é Álvaro Uribe, antecessor do atual mandatário e que não apoiará o novo pacto, que mantém aberta a porta da política para os membros da guerrilha e não enquadra o narcotráfico como crime de lesa humanidade.

Além disso, o segundo acordo, assim como o anterior, não prevê que guerrilheiros cumpram pena em prisões comuns, como defende o grupo de Uribe. O primeiro acordo, assinado em Cartagena das Índias após anos de negociações, foi rejeitado por pouco mais de 50% dos eleitores que foram às urnas no referendo de 2 de outubro.

Governo brasileiro

A notícia sobre o novo acordo de paz, divulgada há dez dias, foi recebida com “grande satisfação” pelo governo brasileiro. Em nota divulgada no dia 13 deste mês, o Ministério das Relações Exteriores diz que o governo brasileiro espera que o novo texto obtenha o necessário apoio da cidadania colombiana e que o mesmo espírito de boa vontade e de reconciliação nacional prevaleça durante a implementação do acordo de paz.

“Como sempre, o Brasil continuará a contribuir, na medida de suas possibilidades e de acordo com o que solicite o governo colombiano, para que a paz chegue definitivamente à Colômbia, país vizinho e amigo ao qual, neste momento histórico, reiteramos nossas felicitações e nossa solidariedade”, diz o Itamaraty.

FRASE

“É assim com todos os tratados de paz, sempre haverá vozes críticas"

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia

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