opinião

Por que faz tanto calor

editorial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

São Luís enfrenta calor nunca sentido antes. As altas temperaturas não resultam apenas no incômodo calor. É um problema para quase tudo à volta. O calor aumenta o consumo de energia e de água, dificulta a respiração e provoca doenças. Os hospitais lotam e as indústrias, repartições públicas e privadas sofrem baixa de funcionários. Tudo isso significa gastos.
Além disso, as pessoas ficam dispersas, pois para tentar se refrescar o cérebro estimula o suor, que se evapora e leva um pouco o calor. Em compensação, a pessoa se sente suja e, logo, fica irritada. Daí, a concentração termina nesse momento. O foco do corpo está todo em lidar com a alta temperatura.
Logo, o calor é um problema sério. O Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) informa que as condições climatológicas não são favoráveis a chuvas importantes e reforçam a sensação de calor. Isso equivale dizer que a previsão é de mais calor e pouca chuva. As causas são diversas: zona de convergência intertropical está afastada do Nordeste, massa de ar quente invade o país e o crescimento urbano de São Luís, sem cobertura vegetal. As duas primeiras não dependem dos seres humanos, mas a terceira sim.
O poder público municipal bem que poderia ajudar o clima a ser mais ameno, simplesmente plantando. Vai ser muito mais barato. Há vegetação que se adapta ao tempo quente. Não será difícil cultivá-las. Quanto mais tempo dura o fenômeno climático, pior fica a cidade. Não tem chuva, não tem precipitação e o solo fica cada vez mais seco, a energia do sol vai aquecendo mais o solo e a atmosfera. Os dias vão passando, a umidade vai ficando mais baixa e a temperatura vai se elevando. As noites não refrescam, e cada dia amanhece mais quente.
Pelas previsões da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), já é possível saber que o próximo verão será seco em várias partes da Amazônia e também registrará menos chuvas do que a média no Nordeste. O que equivale dizer que o calor vai continuar em São Luís. A estiagem registrada nos últimos dois anos, com graves consequências para os níveis dos reservatórios de água, pode agravar ainda mais o problema.
O pior é que São Luís não tem plano emergencial para lidar com o calor. Não foi previsto leitos extras em hospitais, atendimento de emergência e campanhas públicas educativas incentivando a hidratação ou qualquer outra alternativa para não sucumbir ao calor, especialmente os mais vulneráveis, como idosos e crianças.
Segundo especialistas, o maior problema do calor para a saúde não é o pico de temperatura mais elevada, mesmo que acima dos 40ºC. O grande risco é quando, ao longo de pelo menos três dias consecutivos, a temperatura máxima passa dos 36ºC e a mínima não cai abaixo dos 21ºC. Quando isso ocorre, o corpo não consegue se resfriar e tende ao superaquecimento, o que pode levar a paradas cardíacas e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.