Temperatura

Calor intenso em São Luís deve durar até dezembro

Segundo o Laboratório de Meteorologia, calor é normal nesse período de estiagem no Maranhão; período chuvoso deve começar na 2ª quinzena de janeiro

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Por causa do calor intenso nos últimos dias, muitas pessoas têm optado por usar sombrinhas para se proteger
Por causa do calor intenso nos últimos dias, muitas pessoas têm optado por usar sombrinhas para se proteger (calor)

A população da Região Metropolitana de São Luís está sofrendo com o calor intenso nos últimos dias. O fenômeno é considerado normal pelo Laboratório de Meteorologia (Labmet), do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), por causa do período de estiagem pelo qual o Maranhão está passando. A temperatura deve permanecer alta até a primeira quinzena de dezembro, embora o período chuvoso se inicie somente na segunda quinzena de janeiro.

O professor Gunter de Azevedo Reschke, chefe do Laboratório de Meteorologia (Labmet), disse que esse momento de forte calor já era aguardado, em virtude do período seco pelo qual o Maranhão está passando. “Isso ocorre por causa da radiação. É um momento de exposição solar, mas pode variar. Pode amanhecer com temperaturas amenas e, durante o dia, ficar mais elevada. Então, a tendência é aquecer”, explicou o meteorologista.

Segundo Gunter de Azevedo, o calor deve amenizar na Ilha na primeira quinzena de dezembro ou na primeira metade de janeiro de 2020, considerado o período de transição para o período chuvoso.

Índices pluviométricos
O meteorologista disse que, para este mês, a previsão é que caia, em São Luís, 11mm de chuva, que é a média histórica. Já para dezembro, esse índice é de 70mm, conforme monitoramento do Labmet. Em outubro, a média ficou em 10mm. “Estamos, ainda, no período seco, de estiagem. Isso não impede que ocorram chuvas”, afirmou o professor Gunter de Azevedo.

De acordo com ele, o período chuvoso, mesmo, começa, oficialmente, em fevereiro e vai até maio. Em janeiro, que tem previsão de 220mm de índice pluviométrico, ocorre a transição. Conforme o meteorologista, para este ano, não há mais possibilidade de acontecerem os fenômenos El Niño e La Niña, que podem afetar o clima no Brasil, com queda ou aumento de temperaturas. “Espera-se que ocorram tudo dentro da normalidade, incluindo as condições do Atlântico”, pontuou Gunter de Azevedo.

El Niño e La Niña
O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no Oceano Pacífico Tropical. Altera o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias. É o principal responsável pela falta de chuvas e pelo calor no litoral brasileiro.

Já o La Niña é um fenômeno exatamente inverso, que representa um esfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico em virtude do aumento da força dos ventos alísios. No Brasil, o La Niña provoca os efeitos opostos, com a intensificação das chuvas na Amazônia, no Nordeste e em partes do Sudeste. Além disso, provoca a queda das temperaturas na América do Norte e na Europa.

Calor e saúde
Este mês, um relatório publicado pela revista científica britânica The Lancet fez um alerta para as graves consequências das ondas de calor também para a saúde humana. O dossiê, chamado “The Lancet Countdown: Tracking Progress on Health and Climate Change” (Contagem regressiva: Saúde e Mudanças Climáticas, Acompanhando a Evolução), é publicado anualmente desde 2016.

A publicação cita problemas gerados pelo aumento das temperaturas como o estresse por calor, insuficiência cardíaca e lesão renal aguda por desidratação. Outra grande preocupação são as enfermidades como dengue, chikungunya, zika e febre amarela, transmitidas por mosquitos vetores.

Em dias quentes, é importante tomar cuidados não só com a pele, mas também com os olhos. A falta de proteção nos olhos pode causar vermelhidão e irritação na retina. O ideal é proteger a visão com o uso de chapéus e óculos escuros.

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