SÃO LUÍS - Para lembrar o Dia Mundial da Síndrome de Down que é celebrado hoje, dia 21 de março, um grupo de pais promoveu divertida programação na orla marítima de São Luís na manhã de ontem. Pelo menos 300 pessoas, entre crianças e adultos, participaram de uma caminhada na Avenida Litorânea, finalizada com brincadeiras e atividades esportivas na área do parquinho infantil, com acompanhamento de professores de Educação Física. O objetivo era mostrar que a Síndrome de Down não impõe barreiras para que o indivíduo tenha uma vida social plena.

Segundo uma das organizadoras do evento, Adriana Aragão, o intuito era chamar a atenção da sociedade para esta data, principalmente pela falta de informação a respeito do assunto. “Nosso propósito é formalizar uma Associação aqui no Maranhão. Para tal, já iniciamos o esboço, inclusive com a pretensão de realizarmos o I Seminário Maranhense de Síndrome de Down, o qual está previsto para acontecer no mês de junho”, revelou Adriana Aragão.

Entre os que participaram das atividades, estava o nadador Davi Hermes, de 12 anos, que tem Síndrome de Down e que carregará em São Luís a tocha-símbolo dos Jogos Olímpicos de 2016. O evento acontecerá no Rio de Janeiro. Aluno da Academia Viva Água, foi nas aulas dentro da piscina que o garoto conseguiu significativos avanços, segundo revelou a mãe dele, Kledma Oliveira. “Ele nada desde os seis meses e esse esporte tem sido seu maior aliado, inclusive com ganhos na questão da sociabilidade. Este ano, ele já participou de dois torneios pela Federação Maranhense de Natação, fora os que ele já havia participado anteriormente, a exemplo do Parajems”, disse a mãe.

Pesquisa

No Maranhão, uma das pesquisas que dizem respeito aos benéficos das atividades físicas para pessoas com Down está sendo desenvolvida por Antônio Silva Andrade Cunha Filho, que é pós-graduando do “Programa Saúde do Adulto e da Criança” da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os estudos estão centrados no efeito do treinamento nas variáveis autonômicas em adolescentes com Síndrome de Down.

“O estudo nasceu do trabalho com crianças portadores da síndrome em escolas e em instituições que atendem a pessoas com necessidades especiais. Percebi nessas experiências com exercícios físicos uma melhora considerável em suas capacidades físicas motoras. O que se espera da pesquisa é desenvolver um programa de exercício físico eficaz para indivíduos com Síndrome de Down para combater patologias inerentes a síndrome e atenuar riscos cardiovasculares”, explicou Antônio Andrade.

Conforme a pesquisa de Antônio Andrade, crianças e adolescentes portadores da síndrome estão sujeitos a várias doenças, entre elas, a um retardamento no desenvolvimento motor e consequente diminuição da força dos músculos. Costumam apresentar também problemas cardiovasculares. “Consideram-se, ainda, as possíveis contribuições do estudo para o conhecimento humano e para a solução de problemas patológicos que pessoas com Síndrome de Down adquirem, em virtude do seu fator genético e o efeito que a atividade física tem no desenvolvimento do Sistema Nervoso Autônomo”, detalha.

Saiba Mais

Data é alusão ao cromossomo 21

O Dia Mundial da Síndrome de Down acontece nesta data porque a síndrome é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia).

A ideia surgiu na Down Syndrome International, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial.

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